Sexta-feira 29 de Março de 2024

Academia Olímpica de Portugal comemorou 32º aniversário

aop logoO recém-centenário Lisboa Ginásio Clube foi o palco – muito a propósito – da comemoração do 32º aniversário da Academia Olímpica de Portugal (um órgão do Comité Olímpico de Portugal), que teve no Professor universitário Joaquim Vicente Rodrigues um dos pontos altos da sessão ao abordar o tema dos “Valores Olímpicos e cidadania”, enquanto o outro foi a admissão de mais cinco membros para a AOP.

Para Vicente Rodrigues – uma excelente escolha para a palestra alusiva aos conceitos de espirito desportivo, moral e ética – os “valores olímpicos e cidadania assentam num grupo de temas como um mundo de contrastes, a cidadania, a relevância do desporto para a formação e os valores olímpicos, cada qual de grande importância para o que se defende no olimpismo”.

No quadro do mundo de contrastes, colocou um conjunto de situações que de há muito são preocupantes para a população mundial e para as quais não se vislumbram melhorias significativas, a manter-se o ritmo actual, tendo apontado como exemplos “a pobreza, a obesidade infantil, a escassez de água e de alimentos, a que se juntam as questões das migrações, das alterações climatéricas, da segurança”.

Isto em contraponto com “a evolução tecnológica, as megas cidades inteligentes”, acrescentando que existem previsões de que “até 2030, oitenta por cento das consultas médicas serão feitas por telemedicina, que a electricidade será fornecida por wireless, que a eficácia do combate a incêndios será com seguida através da utilização de drones e que haverá internet em Marte.”

aniv AOP 2018Sobre a cidadania, salientou que “é o exercício de direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de cada país, por parte dos seus cidadãos, porquanto há que cumprir um conjunto de regras”.

No que respeita à relevância do desporto para a formação do indivíduo, justificou que terá que haver “respeito pelos outros, confiança em si, sucesso escolar, trabalho em equipa, melhor compreensão entre direitos e deveres, vida activa, interacção social, inclusão e igualdade, para que seja um melhor ser humano”.

Quanto aos valores olímpicos, reconhecer que não mais do que “excelência, respeito e amizade, através do desporto, dos valores olímpicos e da cidadania, com o objectivo de ser mais saudável, mais justo, mais inclusivo e tolerante para construir um mundo melhor”, concluindo recordando o exemplo de Nelson Mandela, o antigo presidente da África do Sul, o primeiro depois de terminar o “apartheid” ao defender que “a educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo” e, ainda, que “o desporto tem o poder de mudar o mundo. Tem o poder de inspirar, tem o poder de unir as pessoas de um jeito que poucas coisas conseguem”.

Antes, Ana Carolina Ramos, José Carlos Simões, Jorge Manuel Ferreira, José Germano Arroyo e Catarina Gomes Teixeira receberam o diploma atestando terem entrado para o lote dos Membros já existentes, enquanto também foram escutadas as palavras de Jorge Marcelo, Tiago Viegas e José Manuel Constantino a propósito deste encontro.

O primeiro, na qualidade de presidente do Lisboa Ginásio Clube, que salientou a “importância para o Lisboa Ginásio ter sido escolhido para palco deste importante evento no âmbito da promoção do espirito olímpico”, enquanto o presidente da AOP, Tiago Viegas, passou em revista a actividade de mais um ano e agradeceu ao “Comité olímpico ter dado aval a todos os projectos que foram desenvolvidos ao longo do ano, o que criou maior motivação, numa altura em que os dirigentes também estão a ser mais novos, o que é bom para aumentarmos a actividade e o número de membros”, culminando com a referência à “importância da AOP está a ter junto de outras academias estrangeiras, que tem seguido os programas que esta Academia tem espelhado no site na internet, o que é sinal de reconhecimento de Portugal”.

José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, começou por reconhecer “o excelente trabalho desenvolvido pela AOP”, enaltecendo de seguida o Lisboa Ginásio pelo centenário cumprido recentemente, criando uma “conjugação de factores felizes”.

Sobre a AOP, salientou que “quando se pensaria que estariam esgotados os princípios que estiveram na base da criação das academias olímpicas, a verdade é que isso tem uma interpretação errada, porquanto a AOP pode contribuir significativamente para acompanhar as recentes alterações no olimpismo moderno, em especial no conceito do espirito desportivo, fair play, moral e ético”.

Uma comemoração algo diferente dos últimos anos, pela positiva, pelo que é de esperar uma maior pro-actividade futura.

 

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