Terça-feira 16 de Abril de 2024

Portugal perdeu ante a Coreia do Sul mas ambos subiram aos oitavos no Mundial do Qatar2022

por vs corea sul fifa

FIFA

Bem se pode dizer que a fase de grupos deste Mundial do Qatar2022 terminou de uma forma algo imprópria para cardíacos – em especial para os falantes de língua portuguesa pelo mundo – considerando que o maior foco de “destabilização” se verificou no conjunto português.

Apurado para os oitavos no final da segunda ronda, com duas vitórias e seis pontos no saco, ainda não se sabem – e talvez nunca se saibam – as razões para o percalço sofrido na jornada final, ante a Coreia do Sul, não tanto por causa do apuramento, que estava adquirido, mas pelas decisões tomadas pelo seleccionador Fernando Santos.

Sendo que é o responsável máximo pela gestão dos jogadores, em princípio não haveria nada a dizer, porquanto está no seu pleno de direito de meter um e fazer sair outro, quando o entender, em função da forma como o jogo decorre em relação aos objectivos pretendidos, se bem que se recorde que Fernando Santos referiu, antes do encontro desta sexta-feira, que Portugal tem “das melhores gerações de sempre”, com Cristiano Ronaldo a ajudar quando salientou que “Portugal aponta ao 1º lugar do grupo”.

No final, sendo certo que na equipa estão “os melhores de sempre de todas as gerações”, isso só não chega para provar, em campo, que se ganha o grupo, aliás ganho à segunda jornada, mas sem se atingir o alvo máximo de três vitórias, que era a meta.

Fernando Santos jogou pela certa (apurado, há que defender a equipa de maus olhares e com três jogadores com um amarelo, estes seriam os primeiros a não entrar em campo), deixando os amarelados no banco e fazendo mais uma alteração ou outra que não influíram no rendimento da primeira parte.

Até porque deu para estrear o mais jovem internacional português de sempre em mundiais seniores (António Silva), bem como Ricardo Horta, que acabou por marcar o único golo da equipa portuguesa.

Corria o minuto cinco quando, no seguimento de um passe longo de Pepe para a direito do ataque, a bola foi controlada por Diogo Jota, que contornou um defesa coreano e foi até à linha final para centrar para o miolo da área, onde surgiu, em corrida, Ricardo Horta que rematou forte e sem defesa, fazendo o 1-0.

A vencer, com uma posse de bola final de 62/38%, constatou-se que a velocidade de ponta inicial da equipa lusa começou a esmorecer, levando os coreanos a mudar de estratégia e a aplicar a sua velocidade normal, isto é, aproveitando as características fisiológicas dos seus jogadores, para andarem mais “em cima” dos jogadores portugueses, obrigando-os a mais passes circulares, sem os deixar de se aproximar da sua baliza.

Aproveitando este alívio luso, a Coreia do Sul depressa chegou ao empate (27’), quando Kim Gwon, no seguimento de um canto contra Portugal, a bola sobrevoa a grande área, onde Cristiano Ronaldo, sem ver quem estava por perto de si, cabeceou para o lado da baliza onde estava o que foi o marcador do golo, que aproveitou da melhor forma a oferta do capitão português.

Ainda assim, Portugal manteve o olho na baliza adversária, com Ronaldo a perder algumas oportunidades, sendo que as duas equipas empataram quer nos remates (13-13), quer nos que foram para a baliza (6-6), pelo que a situação estava reflectida no empate verificado.

Ronaldo teve uma oportunidade flagrante (42’) quando, numa recarga após a defesa do guardião coreano, cabeceou, mas ao lado da baliza, quando era possível ter parado a bola e rematado (não tinha ninguém por perto) porque o golo seria certo, alinhando-se ainda que (44’) Ricardo Horta também beneficiou de uma oportunidade, mas chutou mais em jeito e o guardião coreano defendeu sem problemas.

No intervalo, soube-se, no outro jogo, o Uruguai vencia (2-0) o Gana e estava em vantagem sobre a Coreia do Sul, o que veio aguçar o “apetite” dos coreanos para a segunda parte.

Portugal manteve o estilo de fazer circular a bola, sem que tivesse pressa de mais golos ao longo do segundo tempo, em que a equipa sofreu alterações face às substituições feitas, das quais a saída de Cristiano Ronaldo, que voltou a não gostar da situação e que causou alguma celeuma, mas que na resultou.

Tanto que (90+1’) num contra-ataque “felino” dos coreanos, a bola, depois de toda a gente ter estado (e ficado) na zona da área da Coreia, foi lançada para o lado direito do ataque, onde o avançado surgiu só e fugiu por aí acima, com os defesas lusos a ficarem lá atrás, tendo Bernardo Silva colocado em jogo He-chan, que rodopiou à sua frente e rematou para bater um Digo Costa impávido porque não tinha nenhum defesa pela frente para o ajudar, fazendo-se o 2-1 para a Coreia, que carimbou, de forma esforçada, o passaporte para os oitavos-de-final.

As coisas de que o futebol é capaz de fazer acontecer.

Depois de sofrer o empate, ainda no primeiro tempo, as substituições fitas na equipa lusa não surtiram efeito positivo e a consequência foi a primeira derrota, restando saber o efeito que terá no jogo frente à Suíça, no dia 6 deste mês de Dezembro, quando começar a roda-bota-fora, sem apelo nem agravo.

Espera-se que haja carácter e responsabilidade por parte de todos, remando para o mesmo lado e não pretendendo ser as “estrelas” de qualquer coisa que não seja a equipa, em bloco.

O Uruguai, como se referiu, venceu por 2-0 (golos de Arrascaeta aos 26 e 32’) o Gana, ficou com os mesmos pontos que a Coreia, mas não foi apurada em função do regulamento da competição.

Mas os oitavos-de-final começam este sábado, com a realização dos jogos Holanda-EUA (15h) e Argentina-Austrália (19h).

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