Hermínio Francisco Xavier Barreto, nascido em Quelimane (Moçambique) em 24 de Junho de 1935, faleceu esta segunda-feira, aos 87 anos, depois de uma carreira iniciada no basquetebol em 1950, no então Desportivo de Lourenço Marques.
Possuidor de um corpo moldado para o desporto, aliás como muitos outros desportistas nascidos em África – que aproveitavam todos os tempos livres para fazer desporto, fosse onde fosse, com ou sem condições específicas – Hermínio Barreto depressa se guindou ao topo do basquetebol moçambicano, tendo sido campeão de Moçambique por várias vezes.
Em 1956, com 21 anos, Herminio Barreto veio para Lisboa para ingressar no ensino superior e foi direito ao Sporting Clube de Portugal, para continuar a sua vivência desportiva, enquanto estudava no então INEF (depois ISEF e, actualmente, Faculdade de Motricidade Humana, onde foi professor), onde se licenciou e, mais tarde, atingiu o doutoramento.
Ao serviço do Sporting, foi considerado o mais completo basquetebolista nacional. Com um poder de desarme único e excelente visão de jogo, era também dotado de magnífica compleição física.
Depois de terminar a carreira como jogador, Hermínio Barreto enveredou pelo treino, sendo responsável por várias equipas, de todas as categorias, no clube de José Alvalade, onde ficou até 1971, altura em que regressou a Moçambique.
Com os acontecimentos registados com base no advento do “25 de Abril em Portugal”, Hermínio Barreto – tal como cerca de meio milhão de cidadãos – regressou a Lisboa para voltar ao Sporting e, com Rui Pinheiro, Mário Albuquerque e outros, fez uma revolução na modalidade em Portugal.
Prosseguiu a carreira passando pela Federação Portuguesa de Basquetebol, treinou outros clubes, integrou o quadro de professores da Faculdade de Motricidade Humana, numa vida recheada de êxitos, académicos e desportivos, chegando aos 87 anos para abandonar, de vez, aquilo que mais gostava de fazer, aliado a um porte altivo (1,80 de altura) mas muito acarinhado por todos aqueles que com ele lidaram, incluindo eu próprio a partir dos anos oitenta.
Mais um Homem bom, amigo do amigo, sempre disponível, que nos deixou.
A lei da vida é assim mesmo: nascemos um dia para morrer noutro dia, sem se saber quando e como.
Quer o Sporting Clube de Portugal, o Comité Olímpico de Portugal, a Faculdade de Motricidade Humana e toda a família do Basquetebol e do Desporto português teve oportunidade de fazer sentir as condolências à família enlutada e prestar o tributo que merece.
Que descanse em Paz!
O seu velório inicia-se nesta quarta-feira à tarde, na igreja da Praça de Londres, com o funeral a ser realizado na quinta-feira de manhã.