Portugal garantiu, neste sábado, a passagem às meias-finais do Campeonato da Europa Feminino Sub-19, ao derrotar os Países Baixos por 2-0, no Estádio Mielec (Polónia), triunfo que valeu ainda a qualificação para o Mundial sub-20.
A Equipa das Quinas repetiu o apuramento para as ‘meias’ bem como o segundo lugar que havia alcançado na primeira e única anterior participação na prova, em 2012. No outro jogo do grupo, a Espanha derrotou a Inglaterra (1-0) e acabou no 1º lugar.
Nas meias-finais, marcadas para 24 de junho, Portugal vai enfrentar a seleção de França, primeira colocada do Grupo A, novamente em Mielec, enquanto a Espanha irá defrontar a Itália.
Portugal sabia que era preciso contrariar o poderio físico das neerlandesas, como alertara na véspera a treinadora Marisa Gomes, e foi precisamente o que fez a formação lusa. Depois de uma entrada autoritária dos Países Baixos, Portugal não só aguentou o jogo mais duro das adversárias como partiu para cima dos seus domínios, pressionou nas alturas e criou as melhores oportunidades antes do intervalo.
Aos 22 minutos, Joana Valente rematou com estrondo ao poste na transformação de um livre. Dez minutos depois, foi Carolina Santiago quem ameaçou o golo, no aproveitamento de uma desatenção da guarda-redes Danae Van der Vliet.
Pouco antes do intervalo, Anna Marques testou os reflexos da guardiã neerlandesa e Iara Lobo também subiu no relvado para rematar com perigo, e um pouco por cima da baliza.
A abrir a segunda parte, Portugal voltou a mostrar-se mais venenoso que as neerlandesas. Voltou a pressionar, a insistir e obrigou os Países Baixos a cometer erros. Um desses erros foi uma falta dura sobre Luisa Brás, já dentro da área. Daí nasceu o penálti que viria a desbloquear o jogo. Marta Gago, que entregou a braçadeira de capitã na partida, converteu de forma exemplar o castigo máximo, deixando Portugal em vantagem aos 59 minutos.
Depois das substituições, Portugal manteve a sua identidade e reeditou as suas rotinas na frente de ataque. A postura rendeu-lhe um canto que seria fundamental para as suas ambições. Aos 71 minutos, Luisa Brás bateu o pontapé de canto e, ao primeiro poste, Dária Kaminska apereceu a cabecear para o segundo tento de Portugal.
Os Países Baixos iniciaram o jogo com Van der Vilet; Koopman, Chibani, Weerelse e Weiman; van Uden, Van Hensbergene Ilse Kemper – cap. (Sophie Proost, 46′); Zuidberg (Mirte van Koppen, 46′), Oude Elberink e Van Egmond.
Suplentes não utilizadas: Trinette Booms (GR), Pleun Groot, Lucy Heij, Sophie van Vugt e Xanne Kip.
Portugal o onze com Thaís Lima; Iara Lobo, Inês Meninas, Dária Kaminska e Filipa Ribeiro; Marta Gago – Cap., Joana Valente (Mafalda Mariano, 79′), Luísa Brás (Carolina Tristão, 79′); Carolina Santiago, Maísa Correia (Diana Costa, 70′) e Anna Marques (Lara Martins, 70′)
Suplentes não utilizadas: Nair Pina (GR), Érica Cancelinha, Matilde Nave, Rita Cunha, Francisca Castro.
Marisa Gomes, selecionadora, referiu que “entrámos no jogo algo receosas e muito agressivas. Houve 20 ou 30 minutos em que não tivemos a nossa identidade. Encontramo-nos depois e fomos sendo mais resilientes e começámos a acertar na pressão. Na primeira parte tivemos oportunidades para chegar ao intervalo com outro resultado”, tendo acrescentado que “o segredo esteve na gestão da equipa. Enquanto os Países Baixos tinham uma jogadora com menos minutos, nós tínhamos quatro nessa situação, o que nos deu alguma frescura e nos permitiu disputar o jogo com outra qualidade. Esta gestão é importante, mas é de realçar a qualidade das jogadoras. Permite-nos fazer esta gestão e elas são capazes de se superar”.
Adiantou ainda que “é um feito para estas jogadoras, para os clubes e para o futebol feminino português. É sempre uma marca que conseguimos alcançar, é uma barreira que deixa de existir. Todas as pessoas que trabalham no futebol feminino português merecem estas conquistas”, tendo concluído que “todos os jogos são complicados. No entanto, esta época jogámos com Itália e ganhámos e com a França e perdemos. Com o nosso rendimento atual temos outros argumentos para jogar com esta França. É jogo por jogo, não há equipas preferidas. Este grupo também não era aquele que preferíamos, mas ainda bem que assim foi, estamos mais preparadas para a próxima fase”