Jasmin Liechti venceu a 5ª Volta a Portugal Feminina Cofidis, com a ciclista da Nexetis a segurar a camisola amarela na derradeira etapa, vencida por India Grangier (Team COOP-Repsol). Raquel Queirós (Atum General-Tavira-SC Farense) voltou a ser a melhor portuguesa, tanto na etapa como na classificação geral.
A etapa de todas as decisões teve início em Marvila, de onde o pelotão partiu rumo a Póvoa de Santa iria. O traçado de 89,1 quilómetros tinha duas contagens de montanha – Casal das Figueiras (3ª cat, Km 33) e Cardosas (2ª cat, Km 67,9) – que podiam agitar a luta pela classificação geral e um final em ligeira subida.
Após um início no qual o pelotão se manteve compacto e a um ritmo controlado – apenas 31 quilómetros percorridos na primeira hora -, Stina Kagevi (Team COOP-Repsol) mostrou as intenções da sua equipa com um primeiro ataque que a permitiu ganhar alguma margem e vencer o prémio de montanha de Casal das Figueiras. No entanto, seria alcançada antes da meta volante de Sobral de Monta Agraço (km 38,9), que seria vencida por Heidi Franz (Cynisca Cycling).
O aumentar do ritmo e o vento levaram a que o pelotão se partisse em dois grandes grupos, com a vantagem a aumentar rapidamente. Jasmin Liechti, camisola amarela, seguia no primeiro, e conseguiu também acompanhar o ataque de 16 corredoras na aproximação ao Prémio de Montanha de Cardosas, vencido por Natalie Quinn (Cynisca Cycling), que garantiu desde logo a vitória virtual da classificação da montanha, sendo que já envergava a camisola azul Inatel.
Do grupo de 16 corredoras, perseguido por outras sete, destacar-se-ia India Grangier, vencedora da edição de 2024, que cortou a meta ao fim de 2h22m52s, juntamente com Océane Mahé (Arkéa – B&B Hotels Women), e repetiu o triunfo na Póvoa de Santa Iria. O pódio ficou completo com Kiara Lylyk (Winspace Orange Seal), que chegou 10 segundos depois, no mesmo grupo da camisola amarela, quinta, e de Raquel Queirós, sétima e mais uma vez a melhor portuguesa na etapa.
O quinto lugar de Jasmin Liechti foi suficiente para segurar a liderança da classificação geral da Volta a Portugal Feminina Cofidis e, consequentemente, a camisola amarela Placard. Já a vitória de India Grangier permitiu-lhe subir ao segundo lugar, a 16 segundos. Heidi Franz completou o pódio, também a 16 segundos.
Entre as atletas portuguesas, Raquel Queirós esteve novamente em plano de evidência na prova que venceu em 2021. O sétimo lugar permitiu-lhe garantir a quinta posição da geral, a 24 segundos da liderança.
Nas restantes classificações, Amalie Dideriksen (Cofidis Women Team) foi quem conquistou mais pontos, consumando a conquista da camisola vermelha Cofidis. Na juventude, por sua vez, Kiara Lylyk conseguiu roubar a camisola branca IPDJ a Jenaya Francis (Winspace Orange Seal). A Team Coop – Repsol venceu a classificação por equipas.
Caiu assim o pano sobre a 5ª edição da Volta a Portugal Feminina Cofidis, que percorreu quase 520 quilómetros ao longo de cinco dias de competição. Tudo começou no Porto, na quarta-feira, e terminou na Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, este domingo.
A Volta a Portugal Feminina Cofidis 2025 uniu-se à iniciativa “Atravessar a Europa pelo Fair Play e pela Paz”, promovida em Portugal pelo Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), para assinalar os 30 anos do European Fair Play Movement (EFPM). O momento foi formalmente assinalado este domingo, na partida da 5.ª e última etapa da prova, numa simbólica passagem de testemunho.
A iniciativa europeia, que funciona como uma estafeta simbólica entre países, pretende reforçar os valores do fair play, da inclusão e da paz, através da prática desportiva. Atletas, treinadores, professores, estudantes e entusiastas do desporto têm vindo a somar quilómetros em várias modalidades, com o objetivo de cumprir, de forma simbólica, a distância entre a capital de cada país aderente e Bruxelas, sede do EFPM. No caso de Portugal, o desafio é completar 1.714 km ? a distância virtual entre Lisboa e a capital belga.
A Federação Portuguesa de Ciclismo é uma das várias federações nacionais que se associaram à iniciativa, tendo contribuído com os 520 km percorridos pelas atletas ao longo das cinco etapas da Volta a Portugal Feminina. Um gesto que reafirma o compromisso do ciclismo português com os valores do desporto ético e inclusivo.