Quarta-feira 09 de Julho de 2025

Cimeira de Presidentes quer rever modelo de financiamento às federações desportivas

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A Confederação do Desporto de Portugal iniciou a discussão, esta segunda-feira, em reunião da Cimeira de Presidentes de Federações Desportivas, sobre a revisão do modelo de financiamento do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) às atividades regulares das federações desportivas.

O princípio orientador que foi apresentado e discutido visa iniciar o diálogo entre as Federações para que se possa chegar a uma proposta final. Uma proposta que rompa com a lógica assente em métricas administrativas e que reoriente o financiamento para o reforço dos quadros competitivos, a criação de mais competições locais, regionais e nacionais, e o alargamento da base de atletas federados e clubes em atividade.

O objetivo é construir um sistema desportivo mais justo, equilibrado e orientado para o futuro. E estimular um maior financiamento do setor, que tem tido um subfinanciamento crónico há décadas e que carece de um reforço significativo de investimento. Algumas federações deram ainda nota da importância de a gestão do dinheiro público ser realizada por um instituto público independente e equidistante.

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Na discussão, ficou evidente o consenso em torno do propósito de incentivar o Estado a alocar melhor os seus recursos. Nomeadamente, através de mecanismos que já existem para o financiamento da atividade desportiva em geral.

Se é objetivo de o Estado aumentar a atividade física, contando com as Federações como parceiras, pode reforçar-se, por exemplo, o investimento no Programa Nacional Desporto para Todos (PNDT). O financiamento não deve ser feito através das atividades federadas. Não pode ser o desporto federado a financiar o desporto para todos.

“A lógica de que ‘sempre foi assim’ não serve a um país que quer mais atletas, mais clubes e melhores resultados internacionais. O desporto português precisa de deixar de contar inscritos e começar a contar atletas e vitórias”, afirmou Daniel Monteiro, presidente da CDP. “Esta reflexão que hoje iniciámos tem como objetivo valorizar a prática federada e garantir que os apoios públicos acompanham a ambição das federações”, acrescentou.

A reunião contou, na abertura, com a presença da Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, que sublinhou a prioridade que o Governo pretende dar ao setor e reforçou a importância do diálogo com todas as federações (43 federações desportivas estiveram presentes), tendo Pedro Dias, Secretário de Estado do Desporto assistido também à cerimónia de abertura.

A Ministra salientou que “o papel das federações desportivas é insubstituível, porquanto são os parceiros para a saúde, coesão social e vida coletiva sustentável, inclusiva e como forma do desporto se superar, refletir e constituir pontes entre as modalidades, numa visão estratégica partilhada”.

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Acrescentou ainda que “o governo está comprometido, como tem sido afirmado publicamente, com quatro áreas específicas, como os treinadores, os jovens, a ética desportiva e o desporto adaptado´, tendo estado nesta cimeira com o espírito de cooperação”.

Frisou também que “ações concretas são tornar a atividade física um hábito de vida ativa como apostas prioritárias para a redução do sedentarismo e aumentar o financiamento para colocar o país ao melhor nível europeu”.

“Seis pilares”, referiu a Ministra, “estão definidos como linhas orientadoras, como são as áreas do desporto educativo; desporto, sociedade, saúde; formação e alto rendimento; investimento em infraestruturas; políticas públicas e financiamento do desporto”, tendo recordado os 65 milhões de euros que foram definidos até 2028.

No final, Daniel Monteiro, presidente da CDP, entregou aos dois membros do governo o “dossier” das Prioridades Públicas para o Desporto.

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