Quarta-feira 09 de Julho de 2025

Portugal empatou com Itália e complicou avanço no Europeu

FPF-EuropeuFeminino-07-07-2025

FPF/André Sanano

Ante uma presença mais forte da Itália no primeiro tempo, a equipa nacional não demonstrou garra suficiente para conseguir chegar ao triunfo no encontro realizado esta segunda-feira, ainda que tivesse melhorado na segunda parte, mas com “falta de tempo” para evitar terminar com um empate, conseguido a “ferros” nos últimos minutos do jogo.

Não fora Patrícia a “safar” algumas hipóteses de golos para as italianos, estando atenta entre os postes, Portugal começou a “arrebitar” nos últimos dez minutos, quando chegou a meter a bola na baliza italiana, mas (80’) Diana Silva estava na posição de fora de jogo quando recebeu a bola de um cruzamento do lado direito, depois de (70’) Girelli ter aberto o marcador para a equipa transalpina, depois de um remate teleguiado, para além da grande área, a meia altura, para o ângulo superior esquerdo da guardiã transalpina.

Com os últimos vinte minutos repletos de “frenesim”, Portugal ainda criou oportunidades para poder ganhar, mas a falta de chama foi madrasta para a formação lusa, ainda “depauperada” pelos 5-0 que levou das espanholas no jogo inaugural.

Na estatística do primeiro tempo, a Espanha rematou mais vezes (6-1), dos quais 3-0 para a baliza, numa posse de bola de 53/47%, num total de 187-162 passes (vantagem de Portugal) e 77/79% de percentagem de aproveitamento para os espanhóis.

Ainda que tivesse entrado em campo com cinco jogadoras que não tinham estado frente à Espanha, nem isso foi surpresa, pelo que Portugal manteve-se à tona e, além do mais, a tentar não descolar muito da vantagem espanhola.

Em cima dos 90’ foi Patrícia a resolver um assunto complicado na pequena área da baliza que defendia e pena foi que Ana Borges tivesse sido expulsa (90+6’), sendo automaticamente excluída do último jogo da fase de grupos, frente à Bélgica.

Na estatística final, a Espanha manteve a supremacia nos remates (14-5), com 6-1 para a baliza, uma posse de bola de 43/57% (a inversão dos acontecimentos que levaram Portugal a se reanimar) e a subir rendimento no número de passes (387-291) melhorando substancialmente para 80/75% a precisão de cada passe.

O golo luso foi marcado (89’) por Diana Gomes, que se destacou na marcação de um livre ao adiantar-se a toda a gente e fazer a recarga da bola para a baliza, depois de ter sido defendida pela guardiã espanhola.

Ainda assim curto para o que era preciso, o que coloca vários riscos – “milagre” mesmo – para o que der e vier no jogo frente à Bélgica na sexta-feira. Ganhar é importante, mas não garante o apuramento, em especial a diferença negativa nos golos.

Com o triunfo sobre as belgas (6-2), a Espanha está apurada, enquanto a Itália não poderá perder frente às espanholas para garantir a segunda posição e chegar até aos quartos de final, cabendo a Portugal o terceiro lugar do grupo e à Bélgica o quarto.

Enquanto há vida, há esperança e sexta-feira se fará o balanço final.

Portugal alinhou com Patrícia Morais (GR), Diana Gomes, Carole Costa, Fátima Pinto, Ana Borges – Cap., Andreia Norton (Andreia Jacinto, 76′), Tatiana Pinto, Francisca Nazareth (Telma Encarnação, 83′), Joana Marchão (Catarina Amado, 65′), Diana Silva (Dolores Silva, 83′) e Ana Capeta (Jéssica Silva, 65′).

Suplentes: Inês Pereira (GR), Sierra Cota-Yarde (GR), Ana Seiça, Carolina Correia, Lúcia Alves, Andreia Faria, Beatriz Fonseca.

Por seu lado, a Itália apresentou-se com Laura Giuliani (GR), Martina Lenzini, Cecilia Salvai, Elena Linari, Lucia Di Guglielmo (Elisabetta Oliviero, 76′), Manuela Giugliano (Giada Greggi, 59′), Emma Severini, Lisa Boattin (Valentina Bergamaschi, 87′), Arianna Caruso, Cristiana Girelli – Cap. (Barbara Bonansea, 87′) e Sofia Cantore (Michela Cambiaghi, 59′).

Suplentes: Rachele Baldi (GR), Francesca Durante (GR), Julie Piga, Eva Schatzer,  Annamaria Serturini, Eleonora Goldoni, Martina Piemonte.

Para Francisco Neto, o selecionar nacional, ”estou muito orgulhoso, independentemente do resultado, daquilo que as jogadoras fizeram. Voltámos a ser Portugal, a mostrar o que queremos, ganhar bolas e pressionar alto, criar oportunidades, sofrer quando tínhamos de sofrer com uma mentalidade incrível. Sofrer um golo, depois dos últimos resultados, mas ter a mentalidade do querer, do acreditar. Isto é só para quem tem vontade e crença. Os portugueses também nos apoiaram. Foi um jogo à Diogo Jota, sempre a acreditar. Esta exibição é para ele e para a família.”

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FPF/André Sanano

” Sabemos onde as jogadoras se sentem muito confortáveis e estrategicamente era importante. Acreditamos muito que não é só por aí, mas é também é. Temos trabalhado há oito anos e nas dúvidas e instabilidade que tínhamos voltámos às raízes. Felizmente acertámos na decisão, estas jogadoras querem muito e a haver um vencedor só podia ser Portugal.

”O jogo estava partido. A Telma dá muita coisa na área, mas retira muito no processo defensivo. Tem de crescer e sabe. Mas é importante e dá o que outras não dão. Sabemos os timings e os momentos. As avançadas faziam o que queríamos, faltou um bocadinho as diagonais. Na entrada da área as avançadas estavam travadas, sem movimento. Tivemos essa dificuldade, mas agora é rever o jogo e recuperar, há muita gente cansada, mas muito disponível para o que vem aí. Ainda estamos vivos.

“A Bélgica vai estar superdescontraída. Não sei se com o mesmo onze, se vai dar oportunidade a outras… é sempre algo que não conseguimos controlar. O objetivo era depender só de nós, precisamos que a Espanha faça aquilo que achamos que vai fazer, porque quer ser primeira do grupo. Depois temos de fazer o nosso trabalho, primeiro ganhar e fazer golos.”

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