Com uma enchente de 64.511 espetadores, o Estádio da Luz regressou à áurea da águia e, com o jogo (e até o apuramento) controlado, não precisou de muita coisa para repetir os 2-0 da primeira mão e afastar os franceses do Nice para a Liga Europa, onde irá ainda tentar manter-se na fase seguinte.
Estreando-se a jogar com equipas portuguesas, o Nice não apresentou credenciais específicas que justifiquem a sua presença na alta roda do futebol mundial, como se registou na estatística da partida altamente iluminada e animada nas bancadas, onde só fizeram nove remates, mas nenhum para a baliza de Trubim, na maior parte do tempo apenas um espetador atento.
A formação de Bruno Lage até “facilitou” desde o apito inicial, porquanto foram os franceses que tomaram de “assalto” o campo benfiquista, trocando bem a bola, com alegria, mas sem chama que pudesse chegar ao golo.
Ao contrário do Benfica que pareceu amorfo, quiçá também por culpa do calor que se fez sentir, ainda que na zona do Estádio da Luz o vento até soprou fresco, mas forte, refrescando a mente dos adeptos e associados dentro das instalações. Por outro lado, os encarnados também foram perdulários, pela falta de coexistência de passes com perigo, porque, enquanto conseguiu, o Nice também fechou os caminhos para a baliza deTrubim.
Foram até os franceses a cometer mais erros – depois do segundo golo do Benfica (27’), técnico da equipa até foi “desanuviar” para o banco dos suplentes – o que o Benfica aproveitou para fazer o resultado que mais convinha: voltar a vencer e apurar-se para os playoffs, pese embora vá ter “que aturar” a equipa de José Mourinho, um e outros que não são nada fáceis.
A “corrente” só começou a dar de si quando (18’), num contra-ataque rápido do Benfica, a defesa francesa “descuidou-se” e permitiu a Aursnes rematar forte e mandar a bola para dentro da baliza, bem junto ao poste esquerdo, com o guardião a não conseguir chegar, talvez por não ter tido campo de visão para ver a bola partir.
Antes disso, porém, Schejelderup surgiu pela esquerda, ficando-se com a sensação de que tinha ajeitado a bola com a parte superior do braço (e as dúvidas mantiveram-se) antes de mandar a bola para a grande área, onde surgiu o golo. O VAR explicou e o árbitro não mexeu em nada e validou o golo.
Aproveitando, por um lado, o desgaste de um início forte por parte do Nice, por outro, o Benfica aproveitou mais um bónus para chegar (27’) ao 2-0, depois de receber uma assistência de Schejelderup, que colocou a bola nos pés do colega de equipa pra rematar forte, rente ao interior do poste, e fazer o segundo golo, como não quer a coisa a dizer que “isto está ganho”.
O Nice ainda reagiu e mandou uma bola ao poste da baliza de Trubim.
Com o jogo mais solto, o Nice pouco se atreveu e nada rematou para a baliza, pelo que o andamento da carruagem era um passeio para a equipa do Benfica, que foi esperando o passar do tempo.
Daí que a segunda parte tivesse sido algo “insonsa”, ainda que o nervosismo de alguns jogadores estavam à flor da pele e os cartões amarelos começaram a surgir, ainda que com um critério pouco igual para um mesmo tipo de faltas cometidas, aqui facilitando a vida ao Benfica.
Seja pelo que for, nada importa quando tudo regressa bem a casa. E assim foi neste primeiro Nice-Benfica em Portugal.
Para a semana (dia 20) o Benfica desloca-se a Istambul para defrontar o Fenerbahçe (20h) – capitaneado por José Mourinho – no jogo da primeira mão, com a mente fixada no apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, sendo que o segundo jogo será no dia 27, no Estádio da Luz.