Portugal cumpre, mais logo, no Estádio José Alvalade, a quarta das seis jornadas que compõem o grupo F de apuramento europeu para o Mundial de Futebol de 2026, que espreita no horizonte cada vez mais mínimo.
Isto porque bastará à seleção nacional vencer a Hungria para se apurar diretamente – segundo a “contabilidade” trazida a público – considerando que chegará aos 12 pontos, ficando com uma vantagem de 8 sobre os húngaros e 6 sobre a Arménia, caso esta vá ganhar a casa da Irlanda, que, como se recorda, “deu cabo” da cabeça dos jogadores (e não só) portugueses na partida efetuada no passado sábado.
Assim sendo, com todo o “facilitismo” descrito, tudo parece bem encaminhado para o efeito mais desejado, pelo menos teoricamente.
Mas convém não alardear “certezas” que podem dar “tristezas”. Por isso, há que dar ao pedal, fazer da resiliência uma consequência vencedora das cores portuguesas.
Pelo lado do selecionador Roberto Martínez, que gostou da exibição lusa, num jogo que já se previa difícil de antemão – esquisito porque os “autocarros” também fazem parte das festas – tendo o técnico luso referido que “foi o jogo que esperávamos. A Irlanda era melhor do que aquilo que vimos no estágio de setembro. Estava ferida depois do jogo da Arménia e esperávamos uma reação e esta agressividade. Trabalhou muito bem. Mas para nós foi importante não ficarmos ansiosos, não perder concentração e abrir o contra-ataque e dar uma bola parada. Tivemos nove cantos, contra zero da Irlanda. Não tiveram um remate à baliza. Em geral, o aspeto sem bola foi muito bom. Faltou marcar o golo mais cedo, mas gostei muito da resiliência, dos valores da equipa e de não perdermos o controlo. Foi uma vitória muito trabalhada, mas merecida”.
Confrontado com o facto de ter ganho o jogo com um golo de Rúben Neves, o novo dono da Camisola 21 de Portugal, precisamente em homenagem ao eterno Diogo Jota, Roberto Martínez entendeu o momento como “uma inspiração e um sinal” de um sonho comum: “A força do Diogo está connosco e é sempre uma inspiração e uma oportunidade de continuar com o seu sonho, que é o nosso. É uma força especial e hoje foi uma festa. É mais um sinal de responsabilidade e da nossa missão de continuar o sonho do Diogo, que é também o sonho de todos nós.”
Quanto ao jogo desta noite, Martinez salientou que “o aspeto emocional é importante, mas acho que o grupo está calmo, está a trabalhar muito bem. Percebe a força que temos em casa. Há uma energia no ambiente em que o jogador fica com vontade de voltar. Tentar apurar para o Mundial em frente aos nossos adeptos. Ajudam muito no aspeto emocional”.
Acrescentou que “a nossa média de golos é de uma das melhores seleções do Mundo. Precisamos de valorizar o que fazemos com bola ao detalhe, mais objetivamente. Somos uma equipa de ataque. Não é um problema. A Hungria não sofria golos de bola corrida, nós marcámos dois e um de penálti. Se falamos de avaliar jogos temos de os avaliar bem. A equipa cria oportunidades. Já fizemos isso contra Alemanha, Espanha. Contra a França foi o primeiro jogo em que jogamos olhos nos olhos. O primeiro golo cedo muda todo o jogo. Gosto de ver o que escrevem nos jornais. Temos uma seleção que joga muito e bem. Vamos desfrutar disso”.
Recordou que “a minha responsabilidade é criar um ambiente competitivo, uma equipa de ataque. É aqui onde ganhas a sorte. Treze vitórias nas fases de apuramento do Euro e Mundial. Nunca foi feito. Acho que o que consegue a seleção vem do trabalho, precisamos de falar mais sobre o que os jogadores estão a fazer bem do que sobre a sorte do treinador”.
Adiantou que “o foco é desfrutar mais da seleção. Não há uma equipa perfeita, mas acho que os jogadores merecem mais respeito pelo que estão a fazer. Todas as pessoas têm uma opinião. Faz parte. Não vejo um problema aqui”.
Salientou que “o importante é ter uma equipa com energia e clareza. Não é só o onze. Acho que é importante que todos estejam preparados para um jogo exigente. O Félix vai treinar esta tarde. Normalmente sempre fazemos 2 ou 3 trocas. Faz parte do que trabalhamos. Acho que o que é importante é o aspeto da polivalência. Há jogadores que conseguem jogar em muitas posições. Ruben Neves já jogou a central. Temos jogadores que podem jogar a centrais, já fizemos com o Palhinha. Temos o Matheus Nunes que consegue jogar a lateral. A função é sempre ter uma linha defensiva boa e uma reação boa. Não é a posição, é a atitude do jogador na posição”.
Agora é aguardar até ao final do encontro desta noite para que tudo de confirmar.”
Seleção de Sub21 defronta Gibraltar e lidera grupo para Europeu’2027
Também nos sub’21, a fazer contas para o apuramento para a fase final do europeu’2027, a seleção nacional venceu a Bulgária, no Estádio Municipal de Portimão, por 3-0, com golos de Rodrigo Mora, Tiago Parente e Gustavo Varela.
Portugal segue na liderança do grupo, em igualdade pontual com a Chéquia, após três vitórias noutras tantas jornadas, com 10 golos marcados contra zero sofridos, o que é significativo.
A equipa gibraltina está na última posição e deseja-se que não saia de onde está – para permitir que Portugal vença e mantenha a posição de liderança no grupo B, uma vez que a diferença futebolística é muito grande. Mas “Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”!
A ver vamos!