Para quem quer “cantar de galo” – até antes da altura própria – por certo que há que demonstrar que isso é viável, para não acabarmos como “pintos”, como se voltou a verificar, agora frente aos húngaros, porquanto a equipa nacional confirmou que está sem “estrela” ou que as “estrelas” estão com falta de energia, logo, de alegria.
Se atendermos ao que o selecionador Roberto Martinez referiu na conferência de imprensa realizada na véspera do encontro, que se transcreve: “o importante é ter uma equipa com energia e clareza. Não é só o onze. Acho que é importante que todos estejam preparados para um jogo exigente. O Félix vai treinar esta tarde. Normalmente sempre fazemos 2 ou 3 trocas. Faz parte do que trabalhamos. Acho que o que é importante é o aspeto da polivalência. Há jogadores que conseguem jogar em muitas posições. Ruben Neves já jogou a central. Temos jogadores que podem jogar a centrais, já fizemos com o Palhinha. Temos o Matheus Nunes que consegue jogar a lateral. A função é sempre ter uma linha defensiva boa e uma reação boa. Não é a posição, é a atitude do jogador na posição”.
Pois, “não é a posição, mas a atitude do jogador na posição”. Percebido? Só que as substituições (62’) nada de positivo deram, porque feitas antes da altura em que Rúben Dias (61’) rematou forte ao poste, ao estilo de autêntica “bomba”, ato repetido (ou imitado) por Bruno Fernandes. Falta de concentração? Talvez. Mas aconteceu.
Também na peça de ontem, escrevi que “agora é aguardar até ao final do encontro desta noite para que tudo de confirmar.” Não se confirmou. Nem a exibição nem o resultado, ainda que possa não ser um mal, porquanto faltam dois jogos que só “obrigaram” ao adiamento de selarem o carimbo para estarem nos Estados Unidos da América e no Canadá no verão de 2026.
Mas registei também que “convém não alardear “certezas” que podem dar “tristezas”. Por isso, há que dar ao pedal, fazer da resiliência uma consequência vencedora das cores portuguesas.” Em reforço do … reforço.
Se é verdade que Portugal teve mais posse de bola (66/34%), que fez mais passes (602-308), a verdade é que nos remates (20-17) e nos remates para a baliza (8-7) a equivalência foi quase total. “Transplantando” para o resultado, o 2-2 foi aceitável, mas “atirando” para o mesmo tom, porquanto, como se diz, só tem impacto as vitórias, pelo menos quando toda a gente como que “foi obrigada a pensar que estava no papo” (os galos ou os pintos …)
Portugal criou mais oportunidades (duas bolas ao poste), podia ter tido um pouco mais de sorte, mas o grupo não esteve, em parte, para aí virado. Que causas? O que não surtiu efeito? A temperatura no Estádio José Alvalade, muito bem composto, mas sem chegar a estar “esgotado”, esteve à altura, mas a resiliência da equipa não acompanhou.
Outrossim, foi o caso de Portugal dar “avanço”. De novo por uma falha da defesa não só dos centrais como também do próprio Diogo Costa que teve uma saída em falso, no centro da pequena área, que permitiu (8’) o golo a Attilla Slazai, marcado com a cabeça.
Como competia, a formação lusa tentou contrapor-se e avançou um pouco mais (grande parte do tempo foi gasto por passes laterais e para trás; daí a grande posse de bola. Apenas e tão só.
Mais rápida, a equipa húngara aproveitava a vantagem e geria o processo, enquanto o campeão europeu não atinava com a baliza contrária, o que só se verificou quando Nelson Semedo (22’), pela direita, remeteu a bola para a pequena área, onde surgiu – ao poste contrário, com a defesa visitante, em especial o guarda-redes a hesitar – um Ronaldo oportuno e à “antiga” a fazer o empate (22’).
Portugal como que amainou e foi a Hungria que esteve mais perto do segundo golo quando (35’) Sallai surgiu na frente de Diogo Costa, mas atrapalhou-se e falhou o remate, com o guardião luso a recolher a bola sem problemas de maior, que voltaram a surgir (39’) na sequência de uma maior rapidez no passe e no “galope” para a baliza contrária, com o avançado húngaro a rematar sem cobertura, levando a bola às mãos do guardião português, que estava atento.
Com o final do primeiro tempo a vislumbrar-se, uma jogada rápida da formação lusitana levou Nuno Mendes (45+3’) a assistir R0naldo, que vinha de trás e a controlar a corrida, para isolar-se de toda a defesa e encostar a bola para o fundo da baliza, com Portugal em vantagem para o descanso.
No reatamento, Pedro Neto teve oportunidade de fazer a recarga a uma bola defendida pela defesa, mas o guardião Balázs Tóth defendeu, respondendo a Hungria com uma avançada que levou a bola à área lusa, mas Diogo Costa resolveu o assunto.
Nova resposta lusa e (61’) Ruben Dias, fora da área, rematou forte e a bola bateu com estrondo no poste, perdendo-se o perigo, poste que, dois minutos depois, voltou a abanar com o remate, ainda que mais suave, de Bruno Fernandes, seguindo-se as primeiras substituições na equipa nacional (entraram João Félix, Palhinha e Francisco Conceição).
João Félix entrou logo em jogo porquanto, dentro da área e assistido por Francisco Conceição, viu a bola chegar e cabeceou, entre os centrais, mas o guarda-redes húngaro desviou por cina da barra.
Os húngaros mantiveram-se sempre mais ativos, enquanto na equipa portuguesa se começou a notar alguma “fraqueza”, jogando com mais lentidão, altura em que (72’) podia ter acontecido o golo para os forasteiros, com Diogo Costa a safar.
O tempo foi passando, a equipa nacional mantinha-se tranquila – estava a vencer – mas (90+1’) Szoboszlai, assistido por Lukacs, marcou o segundo golo da Hungria, empatando a partida e Portugal (perdeu dois pontos), que não conseguiu fixar o apuramento nesta ronda, como toda a gente previa, aguardando-se a decisão para o dia 13 de novembro, na Irlanda, precisamente a quem Portugal venceu (1-0) no passado sábado, com as dificuldades que se sabem, recordando-se que apenas falta um ponto para o apuramento.
No outro encontro a República da Irlanda venceu (1-0) a Arménia, estando Portugal na frente (10 pontos), seguindo-se a Hungria (5), Rep. Irlanda (4) e Arménia (3).
Roberto Martinez, o selecionador português, ao site da Federação Portuguesa de Futebol, assumiu que “é uma lição que nos pode ajudar muito, ainda que agora este resultado seja doloroso”, acrescentando que “vimos a Hungria com força na bola parada, mas na primeira parte controlámos o jogo. Começámos bem na segunda parte, mas não conseguimos matar o jogo. Este jogo tinha um significado especial. Nos últimos dez minutos, jogámos a oportunidade de nos apurarmos para o Mundial e isto mudou um pouco o que somos. Devo relembrar que não há jogos fáceis. Temos 4 pontos no estágio. Queríamos apurar-nos já, mas para a preparação para o Mundial pode ser importante. É preciso saber como gerir um jogo assim, especialmente nos últimos dez minutos”.
Salientou ainda que “o importante é compreender que temos muita competitividade e que temos de estar sempre prontos. Em novembro, temos dois jogos muito importantes. Queremos continuar o nosso bom jogo e é uma oportunidade para termos uma convocatória próxima de um possível apuramento para o Mundial. É muito melhor ter jogos competitivos, tanto na Irlanda, como com a Arménia, no Estádio do Dragão. Temos de continuar este trabalho, se queremos continuar a exibir-nos ao nível do que fizemos na meia-final e na final da Liga das Nações”.
Seleção de Sub21 goleou Gibraltar e lidera grupo para Europeu’2027
Portugal venceu Gibraltar por expressivos 11-0 e Luís Freire, Selecionador Nacional dos Sub-21, confessou grande orgulho e satisfação pela forma séria e rigorosa com que os seus comandados abordaram o jogo desta terça-feira.
O selecionador Luís Freire salientou que, em declarações ao site da FPF, que “fizemos o jogo que queríamos fazer. Tentámos passar aos jogadores a importância de sermos a mesma equipa que temos sido: com muita energia, muita alegria e muita paixão pelo jogo. Pedimos que mostrassem a qualidade deles e que fossem uma equipa. Com todos estes talentos, temos de formar uma equipa. E só com eles no máximo, podemos conseguir estes resultados. Fico feliz por construirmos um resultado como este e da forma como o fizemos: sempre a acelerar o ritmo e à procura de mais golos. Também pela forma como não sofremos golos, agradou-me bastante a atitude destes jogadores, ao longo de todo o jogo. Vínhamos de três vitórias e sabíamos que Gibraltar poderia ser o adversário mais frágil do grupo. Temos muito talento em Portugal para me basear apenas em onze jogadores. Tive de abrir o leque, dar novas oportunidades e todos deram uma excelente resposta. São internacionais Sub-21 e tiveram brio no que fizeram”.