Quarta-feira 03 de Dezembro de 2025

Só faltou José Saramago para ouvir e aplaudir Carlos Lopes na Escola Secundária de Mafra

Mafra-CM-CarlosLopes-27-11-2025Como que em homenagem ao poeta e escritor, só se lamentou que ele não pudesse estar fisicamente, porque esteve, por certo, em espírito. Mas de corpo e espírito se fazem os seres humanos de alto gabarito intelectual e desportivo, para o caso, em relação à presença de Carlos Lopes.

Com o primeiro doirado olímpico do desporto português de sempre na “maratona da vida”, há que aproveitar os campeões – como sempre foi, e será – para uma forma de se poder fomentar a prática desportiva, em especial na base da iniciação escolar, onde os jovens começam a despertar para a realidade de uma vida que, ano após ano, se transformará num veículo de conhecimentos.

Para além da matéria que compõe cada ano escolar, que se seguirá nos ciclos convencionados, há que ter em conta a atividade da disciplina de educação física, para criar hábitos indispensáveis de manter e melhorar o desempenho mental e despertar o corpo para exercícios que muito ajudarão na agilidade de cada um.

Carlos Lopes, o primeiro campeão olímpico (com recorde olímpico da maratona) que Portugal deu ao mundo, é uma das figuras mais emblemáticas da história do desporto português, o que foi confirmado com a conquista de uma medalha de prata, também nos Jogos Olímpicos; mais três títulos de campeão mundial de corta-mato e o recorde mundial da maratona – para além de outros resultados de vulto – numa carreira notável (e inigualável) produzida por um atleta português.

Tendo por base todo o historial humano que Carlos Lopes foi consolidando ao longos dos vinte anos de carreira, quase sempre no top nacional e internacional, há que salientar algumas das qualidades que estavam sempre presentes na forte força mental que o campeão olímpico demonstrava em cada desafio, ao ponto de se tornar o primeiro ícone do olimpismo português, protagonizado pelos êxitos alcançados que deram aso a que surgissem mais portugueses no estrelato mundial e olímpico internacional.

Mafra-CM-LopesTudo isto com Treino! Resistência! Resiliência! Superação! Transcendente até para a altura em que ainda não se falava nesta questão da área da religião, que o Filósofo Manuel Sérgio implementou e trouxe ao conhecimento dos académicos de todo o país.

Num encontro com os alunos da Escola Secundária José Saramago, em Mafra, o primeiro campeão olímpico português, Carlos Lopes, aproveitou para passar em revista a carreira desenvolvida e responder às questões colocadas pelos alunos, numa ação promovida sob a direção de Pedro Liberto, Diretor do referido estabelecimento de ensino, que teve oportunidade de recordar e enaltecer o impacte que os êxitos alcançados de Lopes tiveram para o desporto em Portugal.

Antes do encontro, os alunos puderam analisar uma exposição sobre a vida desportiva de Carlos Lopes, da autoria do jornalista desportivo Artur Madeira, onde se narram alguns dos episódios mais significativos, que ficaram a saber que “a sorte dá muito trabalho!”, frase muito utilizada pelo Prof. Moniz Pereira para dizer a todos com que ele lidava (atletas, treinadores, dirigentes) que, para se ter sorte, há que trabalhar muito.

Carlos Lopes acabou por ser o homem, por ele criado, para concretizar, depois de 39 anos de intensa atividade, o sonho (miopia, “doença”, visionário) que Moniz Pereira tinha de treinar um atleta que chegasse ao ouro olímpico. A cereja em cima do bolo. Contra tudo e, quiçá, todos!

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