Sexta-feira 26 de Abril de 2024

Cerimónia de abertura na quarta e quinta começa competição

paraolimpic_games2016Igualdade, Inclusão, Excelência desportiva é o lema que o Comité Paralímpico de Portugal escolheu, desde o início da sua fundação, como marca promocional de uma actividade desportiva que tem por base um conjunto de problemas sociais, face às múltiplas variantes adjacentes ao chamado desporto adaptado, destinado às pessoas com deficiência.

Em vésperas do início da décima quinta edição dos Jogos Paralímpicos e antes da partida da comitiva, composta por 58 pessoas, por certo caiu bem o anúncio feito pelo Ministro da Educação de que, a partir deste novo ano lectivo, nas escolas e aos vários níveis, irá ser lançado um programa de promoção das actividades desportivas junto dos jovens portadores de deficiência que frequentam o ensino, com o objectivo de aumentar não só o número mas, com isso, a qualidade dos futuros representantes portugueses em todas as competições internacionais, como campeonatos da europa, mundiais e Jogos Paralímpicos.

É um trabalho que agora vai começar, restando esperar, vigilantes, como vai evoluir este processo

Neste evento do Rio do Janeiro vão estar 4.350 atletas, oriundos de 171 países, que estarão em competição em 22 modalidades, com Portugal a apresentar-se em apenas 7, ainda assim mais duas que há quatro anos, em Londres, pelo facto se ter conseguido o apuramento no Judo e no Tiro.

Portugal apresenta uma equipa com 37 atletas, nas modalidades de atletismo (17) e Boccia (10) – precisamente onde se tem conquistado mais medalhas – Ciclismo (2), Equitação (1), Judo (1), Natação (5) e Tiro (1).

Sete modalidades, tal como se verificou em Sydney, em 2000 e em Pequim, em 2008, embora diferentes das agora definidas.

Esta comitiva é a segunda maior de sempre, depois dos 52 em Sydney, em 2000, se bem que em Atenas (2004) Portugal foi representado por 41 mas 12 faziam parte de uma equipa de basquetebol em cadeiras de rodas, só para demonstração.

Na história da presença portuguesa nos Jogos Paralímpicos conta-se a conquista de 88 medalhas, sendo 25 de ouro, 30 de prata e 33 de bronze, com o maior número a ser alcançado em 2000, em Sydney, com 15, sendo 6 de ouro, cinco de prata e quatro de bronze, respeitando à presença em competições de 11 modalidades ao longo das nove edições já concretizadas.

Nestas, 51 foram alcançadas no atletismo, 24 na Boccia, 9 na Natação, 2 no ciclismo, e uma no Futebol e outra no ténis de mesa.

Número que tem vindo a reduzir-se pelo facto da entrada dos países que evoluíram do desmembrado Bloco de Leste, que também começaram a apostar nesta área.

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Carlos Alberto Matos/IMAPRESS

Enquanto entre 1984 (Nova Iorque) e Sydney’2000 o número de medalhas conquistadas foi semelhante (14 e 15 – aqui o máximo em Sydney) com lugares na classificação “colectiva” entre o 26º e o 29º lugar, a partir de Atenas’2004, ainda que com 12 medalhas, Portugal passou de 26º para 41º lugar, por força do começo da entrada de novos países que emergiram da queda do Bloco Leste, descendo ainda (42º) em Pequim’2008 (com 7 medalhas ganhas) e, em 2012 (Londres), as medalhas foram só três e passou-se para o 63º lugar, ciclo que levou a um incremento da inscrição de novos países e maior investimento noutros, que surgiram no “top ten”.

Dos atletas mais medalhados ao longo dos anos e no TOP 9 apenas dois estão no Rio de Janeiro: José Macedo que, no Boccia, conquistou cinco medalhas (3 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze), tendo sido por isso, designado para porta-bandeira.

E António Marques, também do Boccia, com 7 medalhas mas apenas 2 de ouro, 3 de prata e 2 de bronze.

Com o maior número de presenças nos Jogos Paralímpicos surge Fernando Ferreira (Boccia) – que também está no Rio de Janeiro – com 8 participações (desde 1998, em Seul), seguido de António Marques, da mesma modalidade, com 7, também desde Seul mas não esteve em Londres, há quatro anos.

Dos que se encontram no Rio de Janeiro, saliente-se as 5 presenças de Nuno Alves (Atletismo) e José Macedo (Boccia). Com quatro presenças estão Graça Fernandes (atletismo), Armando Costa (Boccia) e Nelson Lopes (Natação).

A nadadora Simone Fragoso será a atleta que fará mais provas, 4, nos 200 metros estilos e 50 costas, livres e mariposa.

As perspectivas dos dirigentes do Comité Paralímpico de Portugal apontam para a conquista de duas ou três medalhas, baseados nas provas de atletismo e no boccia.

Lenine Cunha, bronze no salto em comprimento em Londres, é a mais mediática figura nacional para o efeito, havendo esperança de que Luís Gonçalves, ainda no atletismo, repita o bronze também conquistado em Londres, bem como o bronze no Boccia, exactamente como se verificou em 2012.

Até lá, aguardemos com expectativa para ver qual (ou quais) o atleta que se irá superar, ou mesmo transcender, se conseguir chegar ao ouro paralímpico.

Na ronda inicial (quinta-feira), Nuno Alves estará na final directa dos 10.000 metros (14h00 portuguesas), seguindo-se as eliminatórias dos 400 metros, com Luís Gonçalves (bronze em Londres’2012) a tentar caminhar para a repetição.

Miguel Vieira (- 66 kg), no judo, estará no tatami para competir às 14 horas (luta pelas medalhas às 21h00, terminando com Graça Fernandes a correr as eliminatórias dos 100 metros (0H12), hora portuguesa.

Resta desejar a maior sorte aos atletas paralímpicos portugueses e que os objectivos se concretizem pela plenitude.

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