Domingo 05 de Maio de 2024

SARA MOREIRA: “Não me dopei”

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Constrangida, bem disposta mas sem a alegria que irradia, natural e habitualmente, Sara Moreira confirmou, ante a comunicação social, esta tarde, na sede da Federação, que “não me dopei”.

“Apanhada” na rede mundial de distribuição dos suplementos nutricionais contaminados com substâncias proibidas (para desportistas), Sara Moreira bem se pode dizer que o ano de 2011 quase é para esquecer. Primeiro foi a inscrição em prova errada para o europeu de pista coberta e, agora, a dopagem que não foi.

A atleta do maratona contou que, com a colaboração do nutricionista que a acompanha, pediu para os Estados Unidos da América um produto que dá pelo nome de “LAUNCH”, considerando que outros atletas portugueses (de outras modalidades) também o utilizam, o que fazia prever que nada deste tipo se iria passar. Só que a embalagem que recebeu vinha contaminada com uma substância estimulante, o que é proibido.

Atendendo a que este tipo de produtos é de venda livre e as autoridades norte-americanas não as controlam, tem-se concluído que várias embalagens, espalhadas por todo o mundo, vem contaminadas com várias substâncias proibidas, que originam casos positivos.

Este suplemento não aumenta o rendimento do atleta, de forma directa, mas, antes, encurta o período de recuperação, “preparando” o atleta para outro esforço mais rapidamente (por exemplo, entre séries ou eliminatórias).

Sara adiantou ainda que, “face a esta comprovação (da contaminação), vou aguardar pela decisões do Conselho Disciplinar da Federação e da própria Federação Internacional para depois decidir o que fazer. Aceito que seja sancionada com uma advertência”.

De acordo com o nutricionista Rui Runa, “os atletas não tomam produtos porque querem. São aconselhados a fazê-lo por forma a colmatar as carências e insuficiências alimentares, ajudando-os a recuperar.”

Questionado se a situação se podia colocar em que percentagem, é que acusou, o clínico federativo, Pedro Branco, salientou que “a leitura é feita em termos qualitativos e não quantitativos.”

Pelo lado da Federação Portuguesa, Fernando Mota, o presidente, mostra-se confiante numa decisão que vá no sentido apontado pela atleta, cujo processo poderá estar terminado até ao dia 15 deste mês, se bem que haja que aguardar, posteriormente, a decisão da Federação Internacional, conquanto esta situação reporta a um controlo feito no mundial de Daegu, sob a sua égide.

Fernando Mota aproveitou para dar a conhecer que na Austrália e na Alemanha tudo se encaminha para que as autoridades antidopagem destes países possam passar a analisar os suplementos nutricionais antes de chegarem ao mercado, para evitar o que ora se verifica. Uma questão que é de difícil gestão se se atender que é um combate judicial com contornos especiais e, como se sabe, os mais fortes ganham quase sempre.

Fernando Mota é de opinião que o INFARMED e ou a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP) deveriam colaborar na descoberta destes produtos contaminados, por forma a proteger todos os praticantes desportivos.

Atendendo a que este tipo de situações já foram detectadas em Portugal, importa que todos os desportistas estejam atentos aos rótulos dos vários produtos que venham a tomar, atendendo a que, a responsabilidade recai sempre sob os próprios, aliás como está bem explícito na legislação antidopagem mundial e nacional.

 

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