Segunda-feira 06 de Maio de 2024

“Para um novo normal” livro de Olímpio Bento que passa pela pandemia, escola, universidade e desporto

COP-LivroJorgeBento-24-05-2022“Para um novo normal – Pandemia, Escola, Universidade, Desporto” é o mais recente livro escrito pelo Prof. Doutor Jorge Olímpio Bento, que passa em revista uma visão do autor por questões de ontem, de hoje e, provavelmente, de amanhã, tal a dimensão da sua experiência de vida.

No esclarecimento da justificação para mais esta obra, Olímpio Bento citou Hannah Arendt (1906-1975) para escrever que “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança”, o que é uma verdade quase absoluta nos tempos que correm.

Refere ainda, em relação a um “estado de orfandade” que “estes dias causam angústia e incerteza; obrigam a pensar. Sentimo-nos perdidos, em estado de orfandade. Não percebemos bem o que acontece agora e nos espera amanhã. Isto afecta mais ou menos a todos, inclusive os que são cientistas de verdade”, acrescentando que “não estávamos preparados para a pandemia. Mas, ao longo da história, jamais geração alguma esteve preparara para as gravidades que foi obrigada a enfrentar. Afinal as adversidades são parte da vida dos humanos”.

Na “era de infelicidade colectiva: urgência do direito”, citou Thomas Elliot (1888-1965) para interrogar “onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos na informação?”, para escrever de seguida que “o ano de 2020 apanhou-nos de surpresa. A pandemia não criou a situação de angústia e depressão, em que nos encontramos. Fomos nós os criadores das causas da criatura, ao longo das últimas décadas”.

Ainda nesta parte, Olímpio Bento referiu que “a transcendência e excessividade, que perfazem a nossa configuração estética, foram deturpadas e subjugadas pela maximização, intensificação ilimitada e eficiência a todo o custo, pela exploração, ganância e predação obscenas, pelo lucro nunca suficiente”.

Sobre a questão de “Virá um novo normal?”, Olímpio Bento refere que “este não é o primeiro fim-do-mundo; já assisti a muitos no meu curriculum vitae. Mas não estava preparado para ser apanhado pela angústia, incerteza e surpresa. Qual a razão para que não viessem? Ao longo da história, a Humanidade foi acometida por várias epidemias e pandemias e outras desgraças. Basta ver o século XX. Teve que as enfrentar sem estar preparada para elas. Hoje também”.

E sobre “Qual a justificação?”, Olímpio Bento salienta que “esta é uma hora de escuridão ética. Não é o horror absoluto, mas o cenário do dia-a-dia e os caminhos da Sociedade e da Humanidade já foram tomados por uma trágica regressão civilizacional, pela destruição de marcos paradigmáticos da civilização e da Modernidade, pela habituação a crimes hediondos, perpetrados não em vielas da calada da noite, mas nas avenidas diurnas”.

Oportunidade ainda, na parte da “Hora de balanço”, para Olímpio Bento referir que “Como é manifesto, o mundo e a vida encontram-se numa encruzilhada de caminhos, propensa a escolhas perigosas, dada a cegueira reinante e a caducidade dos paradigmas vigentes, responsáveis pelo casos do presente. A sociedade contemporânea afoga-se em cansaço e exaustão física, psicológica e moral. Cada um transporta às costas o próprio campo de concentração e parece não entender a sua culpabilidade, nem ter vontade de se livrar do fardo que carrega”.

Um livro em que o tempo dá tempo ao tempo, recorda o passado, faz luz no presente cinzento e só tem dúvidas para o futuro!

E muito mais há de interessante para abordar uma leitura atenta a este livro que, apesar de apresentar uma estampa do que os olhos e saber viram e sentiram, se lê bem, aborda outros caminhos e tira ilações sobre o dia-a-dia normal!

Este livro de Jorge Olímpio Bento, professor catedrático da Universidade do Porto e membro honorário do COP, tem prefácio de José Manuel Constantino, que escreveu a propósito do autor e da obra: “Cumpre exemplarmente o estatuto de intelectual. O de questionar a realidade. O de nos confrontar com dúvidas, perguntas e hipóteses. O de nos desafiar perante aquilo que temos por adquirido. O de nos obrigar a reflectir.”

Vítor Serpa, director do jornal A Bola, no qual Jorge Olímpio Bento tem uma coluna de opinião, fez a apresentação pública e citou um excerto do prefácio assinado por José Manuel Constantino para caracterizar o autor de “Para um novo normal”: “Homem das ideias, escultor da palavra, engenheiro do pensamento, senhor do seu tempo, cultivou ao longo de muitos anos uma escrita acutilante, cinzelada e ao mesmo tempo profunda, podendo ser justamente considerado como alguém, e não são muitos, que pensou e pensa a um nível superior a educação, a universidade e o desporto nacional.”

“Para um novo normal” é dedicado pelo autor a Manuel Ferreira Patrício, reitor da Universidade de Évora já falecido.

Com 292 páginas, o livro pode ser adquirido no site da editora Omniserviços.

 

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