Sábado 18 de Maio de 2024

Triunfo histórico frente à Eslovénia iguala melhor registo sempre no europeu de Andebol

Portugal continua a sonhar no Campeonato da Europa e chegou ao quarto triunfo, que deixa a presença no Torneio Pré-Olímpico mais perto de ser uma realidade, planeando-se, desde já, o 5º desafio dos Heróis, frente à Suécia (17h deste domingo), com transmissão em direto na RTP 2.

port vs eslovenia andebol jan 2024

© Anze Malovrh / kolektiff / FAndebolPortugal

Há contos de fadas que não têm esta magia. A Seleção Nacional está a fazer história, jogo após jogo, no EHF Euro 2024 e, esta sexta-feira, igualou o melhor desempenho de sempre na competição, alcançado em 2020: quatro vitórias.

Frente à Eslovénia era fundamental vencer para continuar a sonhar com uma das vagas no Torneio Pré-Olímpico … e assim foi, por 33-30. Faltam agora dois jogos para terminar o Main Round e Portugal colocou-se em posição favorável para alcançar um lugar no Torneio.

Para este segundo jogo do Main Round II, Paulo Pereira voltou a prescindir de Ricardo Brandão e Gonçalo Vieira.

Com Gustavo Capdeville, Leonel Fernandes, Martim Costa, Rui Silva, Francisco Costa, Pedro Portela e Luís Frade, no sete inicial, numa Barclays Arena recheada pela metade, Borut Mackovsek assinou o primeiro golo da partida e Portugal respondeu com um parcial de 2-0 até aos 3 minutos, com uma defesa de Gustavo Capdeville pelo meio. Seguiu-se um período de parada e resposta e Portugal liderou o marcador até à entrada para os 7 minutos, altura em que o guardião esloveno, Klemen Ferlin, parou um remate de Luís Frade e, de seguida, Kristjan Horzen assinou o golo da reviravolta (5-4). No entanto, face à boa prestação defensiva, e à intervenção decisiva de Gustavo Capdeville, os Heróis do Mar voltaram ao comando (5-6) pela mão de Martim Costa, aos 12 minutos.

Pouco depois, o guardião luso (26 anos) – que mereceu a titularidade pela primeira vez neste europeu – voltou a dizer presente antes de ter surgido a primeira exclusão, que permitiu a Portugal atuar pela primeira vez com mais um elemento em campo. Pedro Portela assinou o 5-7 e deu uma inédita vantagem de dois golos à Seleção Nacional, com 13 minutos jogados. Em cima da metade da primeira parte, Uros Zorman – selecionador esloveno – solicitou o primeiro time-out da partida, com o marcador em 6-8. Nesta altura, Portugal tinha 89% de eficácia de remate contra apenas 60% da Eslovénia.

Após paragem, o atirador de serviço português, Martim Costa, que tem cimentado a sua posição no top-3 de melhores marcadores do EHF Euro 2024, deu três golos de vantagem a Portugal (6-9) e Gustavo Capdeville já contabilizava cinco defesas. Logo a seguir, foi o mais novo dos irmãos Costa, Francisco, a dilatar o parcial para 0-2 ao assinar o 6-10. A Eslovénia perdia por quatro golos e as dificuldades no ataque persistiam, com mérito para a coesão defensiva dos Heróis do Mar.

Com o marcador em 8-12, invertiam-se os papéis e Portugal passava pelas maiores dificuldades desde o início da partida, período aproveitado de forma exímia pela Eslovénia que anulou por completo a diferença de quatro golos, chegando ao empate (12-12), que já não aparecia desde o 5-5. Paulo Pereira respondeu com as entradas de Miguel Martins e António Areia, mas aos 24 minutos, a Eslovénia consumou a reviravolta por Borut Mackovsek (14-13) depois de uma defesa de Klemen Ferlin. A Eslovénia ganhava confiança a passos largos e os dois golos à maior não tardaram em chegar (16-14), para deixar os Heróis do Mar algo apreensivos.

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© Anze Malovrh / kolektiff / FAndebolPortugal

Até ao soar da buzina para o descanso, Portugal cresceu, concretizou um parcial de 1-4 (com um time-out esloveno pelo meio) e festejou a última reviravolta do primeiro tempo, ficando ainda com posse de bola para entrar na segunda metade, chrgando o intervalo com 18-17 favorável a Portugal.

Diogo Rêma Marques estreou-se no arranque da segunda parte e Portugal aproveitou a primeira posse de bola para aumentar a diferença para dois golos (17-19) mas, após cinco minutos, a Eslovénia voltou a colocar tudo a zeros (20-20). Os Heróis do Mar não se deixaram afetar e recuperaram essa dupla vantagem (22-24), em cima dos 40 minutos, numa altura em que o versátil lateral Salvador Salvador tinha cumprido dois ataques na posição de pivô. Não houve muito tempo para aliviar a tensão porque, pouco depois, Portugal sofreu uma exclusão, atribuída precisamente ao capitão do Sporting.

Diogo Rêma Marques foi um dos principais responsáveis para que Portugal tivesse aguentado os dois minutos de inferioridade e a vantagem não foi perdida. Pelo contrário, Francisco Costa assinou o 23-26 já de igual para igual. Aos 44 minutos, Martim Costa chegou a uns impressionantes 10 golos na conta pessoal (em 11 remates), fez aparecer de novo a maior vantagem – de quatro golos (23-27) – e Uros Zorman não viu outra opção se não pedir time-out.

Na sequência da paragem, a Eslovénia perdeu o ataque e Martim assinou o 23-28 para dar uns inéditos cinco golos de vantagem a Portugal, com 15 minutos por jogar. Os 10 minutos seguintes foram algo conturbados para Portugal, que viu a Eslovénia reduzir para 28-29.

Mas havia um último truque na manga do mágico Diogo Rêma Marques. O jovem guardião fez três defesas consecutivas, os companheiros de ataque corresponderam com um parcial de 0-3 e todos juntos dispararam de novo para os quatro golos à maior (28-32), aos 57 minutos. Time-out pedido pelo selecionador da Eslovénia. Inevitável. Os últimos minutos foram de nervos, mas não havia nada que impedisse a festa dos Heróis do Mar, que conquistaram a segunda vitória no Main Round, quarta no total da competição, terminando o encontrou com 33-30 a favor de Portugal.

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© Anze Malovrh / kolektiff / FAndebolPortugal

MVP & Top Scorer: Martim Costa – 11 golos (79% de eficácia) e 4 assistências

Paulo Pereira, selecionador nacional, analisou a partida desta sexta-feira, que coloca Portugal em boa posição para uma vaga no Torneio Pré-Olímpico, tendo afirmando que “estamos um bocadinho mais perto do Pré-Olímpico com esta vitória mas, matematicamente, ainda não conseguimos e dependemos de outros resultados também, por isso, ainda não vale a pena pensar muito nisso. Hoje, batemos outra equipa do top-10 Mundial. Os jogadores estiveram fantásticos e continuamos a ter de encontrar soluções que não estão planificadas, devido contrariedades, mas a resposta dos atletas tem sido fantástica porque eles estão abertos à descoberta de novas soluções. Temos combatido de forma extraordinária e quando assim é, ficamos mais perto da vitória. Vamos continuar a fazer o mesmo que até aqui: pensar só em nós e perceber que o futuro é agora. É agora que temos de fazer as coisas. Vamos preparar um jogo com um nível de exigência ainda mais elevado. A Suécia é campeã europeia e uma das melhores seleções do Mundo”.

 

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