Rio Maior volta a ser o epicentro da Marcha Atlética em Portugal com a realização do 31º Grande Prémio Internacional de Rio Maior em Marcha Atlética, a que se junta o Campeonato de Portugal, num encontro marcado para este sábado.
COP
Sendo agora a distância mais significativa da marcha atlética nas próximas grandes competições internacionais (os Jogos Olímpicos abandonaram os 50 km e transformaram-no em estafeta, na distância de maratona, só com dois atletas; e os Europeus não têm distância longa por ser em ano de Jogos), a prova de 20 km tornou-se ainda mais competitiva que habitualmente.
Em termos dos Campeonatos Nacionais, a competição tem tradição e em Rio Maior lá estará o ícone máximo da marcha atlética em Portugal, João Vieira, o sportinguista que começou a sua longa carreira em Rio Maior, é o mais titulado dos atletas portugueses de sempre, com 66 títulos, e aqui surge uma vez mais como favorito, entre os 17 inscritos para os nacionais.
Rui Coelho (Benfica), Hélder Santos (Estreito) e o jovem sub-23 Tiago Ramos (Sporting) são outros atletas portugueses a ter em conta, em busca dos melhores resultados que lhes permitam participar nas grandes competições. Para isso beneficiarão da qualidade de outros concorrentes estrangeiros, nomeadamente os atletas Brian Pintado, do Equador, medalha de prata nos Mundiais de 2023, vencedor das duas últimas edições em Rio Maior, e o peruano César Augusto Rodríguez, medalha de prata dos campeonatos sul-americanos em 2022.
No que concerne à competição feminina, após o final de carreira de Inês Henriques e da situação de maternidade de Ana Cabecinha, a grande favorita ao título nacional é a benfiquista Vitória Oliveira, que está a atravessar a melhor época de sempre e soma por títulos todos os campeonatos nacionais em que participou este ano.
Para além dela, espera-se bons desempenhos de Carolina Costa (Sporting) e das mais jovens Inês Mendes (esta ainda sub-23), Bruna Marques (ambas do Benfica) e Adriana Viveiros (Água de Pena).
Entre as participantes ao Grande Prémio de Rio Maior, e que serão as grandes animadoras da competição, destaque para a vice-campeã mundial de 35 km em Budapeste (quarta em 20 km) e campeã mundial das duas distâncias em Eugene (2022), vencedora individual dos Mundiais de Seleções este ano, em Antalya, que já triunfou em Rio Maior em 2022 e 2017; e para a brasileira Erica Sena, sétima classificada nos Jogos Olímpicos do Rio’2016, terceira nos Mundiais de Seleções este ano, em Antalya, várias vezes no pódio de Rio Maior.
Foi com este pano de fundo que foi apresentada a competição com Filipe Santana Dias, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, a assumir que “a marcha foi a disciplina determinante para a afirmação de Rio Maior como cidade desportiva, com implementação nacional e depois internacional”.
O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, afirmou que “Rio Maior é uma referência para a marcha nacional e internacional. Detetou e desenvolveu atletas da marcha que conquistaram grandes resultados por todo o mundo”, destacando as presenças de Jorge Miguel, “como grande promotor da marcha em Portugal e especialmente em Rio Maior”, e de Inês Henriques, campeã mundial e europeia e ex-recordista mundial dos 50 km, atleta de Rio Maior.
E foi precisamente ela que salientou ser “esta a primeira vez que não vou competir no Grande Prémio de Rio Maior. Participar nesta prova sempre teve um significativo muito especial, apesar de competir em todo o mundo, em casa é muito especial e sempre quis retribuir à minha cidade com essa minha presença”.
Na tarde de sábado, evoluirão no circuito de Rio Maior 118 atletas, de 11 países. Refira-se que o Grande Prémio de Rio Maior é uma das cinco provas mais qualificadas (etiqueta de ouro) do “World Race Walking Tour”, tendo o nível A na pontuação para os World Rankings, o que ajudará muitos dos participantes para subir as suas posições nas listas.
