Quinta-feira 05 de Junho de 2025

Carlos Lopes em vídeo … o campeão olímpico de Viseu

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Com o auditório do Centro Pastoral de Viseu quase repleto, numa tarde de um calor que subiu mais alto na altura da homenagem ao primeiro campeão olímpico do desporto português, Carlos Lopes voltou a ver a alma, o fervor e o amor pelos seus que o povo visiense continua a dedicar a um atleta e ser humano do mais fino calibre humano.

Na sua terra natal, Vildemoinhos, onde nasceu, pouco caminhou e fez-se ao mundo (16 anos) na procura do que sempre foi o seu mote: crescer para ser campeão.

Para o caso, numa vida desportiva que começou a vislumbrar após um “foge-foge” – com outros jovens da sua idade – noturno para não terem medo do escuro do pinhal que tinham de atravessar para chegar a casa mais depressa.

Daí ao atletismo federado foi um passo, que se tornou mais alargado quando o Prof. Moniz Pereira o convidou a representar o Sporting Clube de Portugal para juntos, iniciarem a que foi a longa viagem até Los Angeles’1984 e chegar ao ouro olímpico.

Feito inédito, qual descobridor do caminho pedestre para o mais alto mastro do pódio olímpico, onde desfilou a bandeira portuguesa e seu ouviu o Hino de Portugal pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, no que foi o pronúncio de que o desporto nacional tinha entrado (a partir de 1975), definitivamente no caminho da conquista de medalhas que estavam reservadas apenas aos mais fortes, aos que corriam mais, aos que saltavam acima de todos.

Percurso que Moniz Pereira iniciou 39 anos antes – com o seu quê de espanto de toda a gente na altura – quando foi apelidado de “louco” ao afirmar que “quero ter um atleta por mim treinado que conquiste a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, suba ao mais alto patamar do pódio, que a bandeira nacional seja içada no mais alto mastro e ouvir o Hino de Portugal”.

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Um desafio algo impossível – para o nível intelectual da população portuguesa de há cinquenta anos – só de “doidos”, impensável, mas que Moniz Pereira, o Mestre dos Mestres, acreditava piamente. Um novo herói estava mais perto do que nunca de atingir a meta.

Depois de um Manuel de Oliveira, que esteve na calha para o efeito, só um Carlos Lopes poderia chegar à linha dourada do pódio.

Completados quase 41 anos (em 12 de agosto próximo) sobre a madrugada do dia 13 (em Portugal) do nosso contentamento, Carlos Lopes continua a ser – e a ter – a humildade de estar com a comunidade nacional, surgindo com a mesma boa disposição (de campeão) para recordar a vivência tida nos mais de vinte anos em que atingiu patamares nunca alcançados por nenhum outro desportista português até essa altura, continuando a ser o mais completo (estrada, pista, corta-mato/crosse).

Coube à Junta de Freguesia de Viseu proporcionar aquilo que há muito devia ter sido feito: registar em vídeo a história possível sobre a vida do campeão que teve de ultrapassar muitos obstáculos para chegar onde chegou, colocando Portugal no panorama mundial, numa altura em que o meio-fundo e fundo luso chegou a liderar os rankings dos anos setenta, oitenta e noventa, contando também com a prestação de outros atletas que, ao longo destas décadas, se tornaram campeões olímpicos, do mundo e da europa, com recordes mundiais e europeus também a falar em português.

Não sendo possível ter sido melhor – apesar de ter boa qualidade e ter sido elaborado com critério, com garra, passando pelo privado e pelo público que assistiu à estreia – a ausência de meios financeiros para criar um documento único, que seria o mais digno e justo, porque o próprio Carlos Lopes foi um ser único na altura, ficou um documento que entidades oficiais deviam ter apoiado para registo futuro, com a história do desporto nacional a ficar mais rica, não só em relação a este atleta mas a muitos mais que constam dos arquivos cada vez mais enriquecidos com medalhas conquistadas em várias modalidades.

Carlos Lopes teve com ele a família, os amigos de há muitos anos (de Viseu e de outros locais) e de várias áreas da sociedade visiense, desde a Câmara Municipal (presença da vereadora), a Assembleia Municipal, a Assembleia de Freguesia, as forças policiais, todos abençoados pelo Bispo de Viseu, Dom António Luciano, que agradeceram ao campeão olímpico e ao autor do vídeo, o jovem João Pedro Pinto, que teve que recorrer à imaginação (real) para concluir o vídeo, que estará disponível a partir do final desta semana no canal Youtube.com/@cidadecomrosto, onde se pode ver, desde já, o texto lido pelo jornalista Luís Osório, elucidativo do fascínio que Carlos Lopes proporcionou. O fruto dos sonhos! – dir-se-ia.

 

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