Depois de tudo fazer para tentar derrotar a forte França, Portugal conseguiu ainda chegar empatado (2-2) ao final do tempo regulamentar, mas, no prolongamento, sofreu dois golos, apesar de terem marcado outro, que a “obrigou” a parar a corrida para o título europeu de sub23.
O Europeu foi histórico, com nova presença nas meias-finais e apuramento para o primeiro Mundial de sub-20. A final ficou perto, mas foi a França a qualificar-se para o jogo decisivo contra a tricampeã Espanha.
Na cidade polaca de Stalowa Wola, ao minuto 13, a luta de Portugal pelos três pontos parecia uma missão impossível. A França estava a vencer por 2-0 - com golos de Graziani e Maeline Mendy – e a equipa lusa ainda não tinha mostrado metade das suas armas.
Tudo mudou depois do minuto 20, com a Seleção Nacional a aparecer ao seu melhor nível, a criar oportunidades e a encostar as francesas às cordas. Depois da entrada infeliz, Portugal ganhou um penálti, que a recém-entrada Marta Gago transformou em golo, no minuto 30, e terminou a primeira parte literalmente por cima da França, depois de Anna Marques obrigar a guarda-redes francesa a aplicar-se.
No segundo tempo, foi Portugal quem entrou mais forte e não demorou muito a ameaçar a enervar as francesas, com mais posse de bola e transições rápidas. Anna Marques voltou a tentar o golo aos 51 minutos, mas a guarda-redes Alyssa Fernandes defendeu. No minuto seguinte, Carolina Tristão rematou ao lado.
O golo do empate parecia muito próximo. Parecia e chegou aos 74 minutos: após uma jogada de insistência e um remate de Carolina Santiago, a bola sobrou para Lara Martins, que desviou de cabeça para o fundo das redes gaulesas.
A seleção gaulesa reencontrou-se no tempo extra e, depois de testar os reflexos de Thaís Lima, conseguiu recolocar-se em vantagem no marcador, aos 92 minutos. Maelina Mendy voltou a faturar, desta feita num remate à meia-volta.
A Treinadora Marisa Gomes refrescou o ataque e Portugal partiu em busca de mais um empate. E esse empate chegou num golaço vistoso de Diana Costa, aos 105′+2 minutos, após um passe soberbo de Marta Gago, a rasgar toda a defesa da França.
Na última etapa do prolongamento, a seis minutos do fim, a França deu a volta ao resultado de penálti, a castigar uma mão da internacional portuguesa Érica Cancelinha. Melinda Mendy converteu o castigo máximo com êxito.
Sob a direção da árbitra Rasa Grigoné (Lituânia), a França alinhou com Alyssa Fernandes (GR); Céleste Delcroix, Aude Bizet, Wassa Sangaré, Kenza Dufour; Mélinda Mendy, Lushimba Bilombi (Julie Swierot, 62′), Maeline Mendy; Ornella Graziani (Célia Chabod, 91′), Liana Joseph (Naolia Traoré, 106′), Effa Effa (Justine Rouquet, 62′).
Suplentes não utilizadas: Ceylin Yilmaz (GR), Taeryne Job, Célia Delaby, Lou Autin, Rosalie Chaine.
Portugal fez alinhar inicialmente: Thaís Lima (GR); Iara Lobo, Inês Meninas, Érica Cancelinha, Francisca Castro; Joana Valente (Marta Gago, 18′), Rita Cunha (Lara Martins, 62′), Carolina Tristão (Luisa Brás, 90′); Carolina Santiago (Matilde Nave, 96′), Maísa Correia (Diana Costa, 96′) e Anna Marques (Mafalda Mariano, 62′).
Suplentes não utilizadas: Nair Pina (GR), Filipa Ribeiro e Dária Kaminska
Golos: 1-0 por Graziani (7′), 2-0 por Maeline Mendy (13′); 2-1 por Marta Gago (30′); 2-2 por Lara Martins (74′); 3-2 por Maeline Mendy (92′); 3-3 por Diana Costa (105′+2); 4-3 por Mélinda Mendy (113′ de gp).
Para a selecionadora Marisa Gomes, “estamos orgulhosas do percurso desta equipa e destas jogadoras. O que fizeram do primeiro ao último minuto do Europeu revelou uma capacidade de superação incrível. Defrontámos uma candidata ao título. Dar a volta a uma desvantagem de dois golos só está ao alcance de uma grande equipa. Acreditámos até ao fim e, mesmo ao nível de remates, ficámos muito próximas da França. Estamos no bom caminho. Temos muito orgulho do nosso percurso no europeu”, afirmou Marisa Gomes, ao Canal 11.
Adiantou ainda que “a alma carateriza-nos quando estamos organizadas. Pela experiência que viveram aqui, sabem do valor que têm. Com o que fizeram contra grandes adversárias, levam daqui uma experiência que nunca esquecerão. Isso motiva o nosso trabalho e dedicação”.
A pensar no Mundial de sub-20 (2026), o próximo palco destas jogadoras, Marisa Gomes referiu que “temos feito um trabalho que começa na base, das sub-15 às sub-23 para dar jogadoras de qualidade à equipa AA. Estes torneios dão-nos um mês de trabalho. Fizemos quatro jogos, gostaríamos que tivessem sido cinco. Agora vamos dar continuidade ao trabalho, sobretudo com o mesmo sentido de projeto que temos tido. E fazer com que estas jogadoras e as próximas que ai vêm consigam viver estes palcos desta maneira. Se acabarmos desta maneira, sentimos que fizemos tudo o que tínhamos a fazer”!