COP, CAO e AAOP vão começar a trabalhar com o Instituto de Emprego e Formação Profissional na criação de mais oportunidades para os atletas, de acordo com o encontro havido nesta segunda-feira.
O Comité Olímpico de Portugal (COP), a Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) e a Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal (AAOP) reuniram-se com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para o estabelecimento de um protocolo de colaboração que vise apoiar os atletas nos processos de transição de carreira e preparação do pós-carreira desportivo, algo que é prioritário e central na gestão da atual Comissão Executiva do COP.
Os presidentes do COP, Fernando Gomes, da CAO, Emanuel Silva, e da AAOP, Sandra Sarmento, abordaram com o presidente do IEFP, Domingos Lopes, e a vogal do Conselho Diretivo, Ana Elisa, a necessidade de desenvolver iniciativas no sentido de apoiar os atletas para a vida profissional, após a carreira desportiva.
Foi ainda discutida a criação de programas de formação sobre planeamento de carreira e do estabelecimento de parcerias com entidades, empresas e instituições de ensino que ofereçam oportunidades de emprego e formação aos atletas.
Emanuel Silva sublinhou que a CAO “está empenhada na criação de condições que promovam a valorização dos atletas além do campo competitivo, garantindo-lhes ferramentas para um futuro profissional sustentável”, assinalando também, “com enorme satisfação, a inteira disponibilidade e abertura do IEFP para colaborar no sentido de apoiar os atletas na sua qualificação, transição de carreira e integração no mercado de trabalho”.
A presidente da AAOP, Sandra Sarmento, refere que “faz todo o sentido o trabalho de construção e dinamização em função do atleta olímpico”, desenvolvido conjuntamente por COP, CAO e AAOP. “Precisamos usar todas as ferramentas que estejam ao nosso alcance, seja no início de carreira, durante a carreira ou no pós-carreira, para fazer passar a mensagem junto dos atletas olímpicos da importância do tema da formação profissional, no qual o IEFP pode dar um contributo essencial”.
Sem dúvida que esta era uma das vias que faltava “construir” e implementar para compor e aumentar o “arco” de oportunidades globais para todos, em todas as áreas, porque questões deste tipo devem ser vistas sob esse prisma, o que raramente se verificou.
Esta situação só não é inédita porque, antes, nos anos sessenta e setenta, o caminho foi desbravado pelos clubes que, com maior ou menor dificuldade (em função das capacidades de cada um) – e porque os dirigentes eram altas figuras do tecido empresarial da altura – conseguiram colocar os melhores atletas nas empresas onde os dirigentes eram proprietários, o que levou a, por exemplo, os olímpicos Armando Aldegalega, Manuel Oliveira e mais alguns, a terem horário livre (com vencimento por inteiro) para se poderem treinar mais do que uma vez por dia, no que redundou no maior exemplo, como foi o caso do primeiro campeão olímpico de Portugal, Carlos Lopes.
Com esta primeira versão sedimentada, surgiu a via aberta na órbitra das forças policiais – caso especial da GNR – que criou uma equipa de atletismo que obteve (ainda que também com a introdução de atletas doutros ramos militares) muitos e brilhantes resultados internacionais a nível do dito Desporto Militar.
Um assunto que teve grande impacte na vida pessoal dos militares que, enquanto faziam o serviço para o qual foram contratados, representavam ainda os clubes e o país, alcançando os tais resultados de alto nível.
Porque não juntar também as Forças Armadas e Policiais neste “pacote” que agora se criou – e bem – para acompanhar a evolução social, desportiva, profissional e familiar dos atletas, estudantes e trabalhadores de Portugal?