A Seleção Nacional terminou no décimo lugar a prova de estafeta mista (XCR – team relay) do Campeonato da Europa de BTT, uma competição que decorreu em Melgaço.
A estafeta mista é uma disciplina em que cada corredor de cada país completa uma volta à pista, sendo a ordem de entrada em cena dos ciclistas uma opção de cada selecionador nacional. Esta situação pode provocar flutuações na classificação, por exemplo, se uma júnior feminina competir na mesta volta que corredores masculinos de elite de outras nações.
O selecionador nacional, Pedro Vigário, optou por abrir a competição com o homem de elite, Ricardo Marinheiro, seguindo-se a sub-23 Beatriz Guerra, os juniores Daniel Franco e Margarida Vasconcelos, o sub-23 João Fonseca e a elite Ana Santos.
Nas contas das medalhas, existiu, de facto, alterações na classificação ao longo das seis voltas, embora com controlo dos italianos. Já na segunda metade da classificação as modificações foram escassas. Portugal rodou quase sempre na décima posição, com exceção da terceira volta, em que ocupou o nono posto.
No final, o sexteto nacional registou um atraso de 6m29s para a seleção de Itália, que venceu confortavelmente. “O resultado correspondeu às expectativas que tínhamos, mas o desenrolar da prova não foi o que desejávamos. O Ricardo Marinheiro começou bem, estava nos cinco primeiros, mas um problema mecânico limitou fortemente o desempenho do Ricardo e provocou uma entrada não tão forte como esperávamos, o que afeta sempre o moral da equipa”, considerou o selecionador nacional, Pedro Vigário.
A luta pela medalha de prata foi apertada. Nino Schurter, escolhido para encerrar a prova pela Suíça, fez uma volta de grande nível, recuperando tempo e posições. Levou os helvéticos ao segundo lugar, a 39 segundos de Itália. A medalha de bronze viajará para a Alemanha, que gastou mais 40 segundos do que os italianos.
Ana Santos a melhor portuguesa no europeu de Ciclismo XCC
Ana Santos conseguiu o 23º lugar na prova de cross country curto (XCC) do Campeonato da Europa de BTT, que decorreu em Melgaço, enquanto Roberto Ferreira foi o 28º classificado na competição masculina.
Ana Santos entrou bem na corrida feminina de elite, perdendo algumas posições no setor intermédio da prova. No entanto, reencontrou-se para manter-se em pista, numa jornada em que só terminaram 25 das 34 corredoras que alinharam à partida. A portuguesa foi a 23ª classificada, a 1m37s da vencedora, a sueca Jenny Rissveds.
“A Ana vem de uma lesão grave e provas com as caraterísticas desta nem são as melhores para quem está em recuperação, mas demonstrou que está a evoluir bem. Fiquei muito satisfeito com o desempenho”, garante o selecionador nacional, Pedro Vigário.
Foi a luta pela medalha de ouro, muito equilibrada e intensa, entre as quatro primeiras classificadas, que levou ao abandono precoce de mais de 25 por cento das competidoras. O ritmo das melhores cavou um fosso para as restantes.
A melhor seria a campeã olímpica de 2016 e medalha de bronze em Paris 2024. Jenny Rissveds conquistou o título europeu, diante das suíças Nicole Koller e Linda Indergrand, ambas a três segundos. A campeã mundial de XCC, a britânica Evie Richards, foi a quarta classificada, a quatro segundos.
A prova masculina teve um pódio totalmente helvético, mas a configuração da corrida foi completamente diferente da feminina. Luca Schätti isolou-se bem cedo e controlou a diferença para os compatriotas que o perseguiam. Thomas Litscher foi segundo, a três segundos, e Adrien Boichis foi terceiro, a quatro segundos.
Roberto Ferreira manteve-se no pelotão mais numeroso, chegando ao final no 28º lugar, a 42 segundos do vencedor. “Em termos gerais, o Roberto esteve bem. Apesar do nível da corrida, manteve-se sempre bem colocado. Houve uma ou outra questão tática que poderia ter resolvido melhor, mas, globalmente, esteve bem”, considera Pedro Vigário.
Portugal contou com três corredores na prova de juniores femininas. A participação nacional ficou marcada pelos percalços de Daniel Silva, que avariou logo no começo, e de João Vigário, vítima de queda após toque com adversário, na fase decisiva da corrida.
Tomás Pais foi o mais bem classificado da armada portuguesa, no 33º lugar, a 36 segundos do austríaco Anatol Friedl, que se sagrou vencedor. João Vigário foi 36.º, a 1m01s, e Daniel Silva não terminou.
“Tivemos alguns percalços, que prejudicaram o resultado. Mas o mais importante foi conseguido, que era dar experiência internacional a estes jovens. Agora há que aproveitar os ensinamentos que tirámos desta prova”, afirmou Pedro Vigário.
A luta pelas medalhas foi muito animada e equilibrada. Anatol Friedl foi acompanhando no pódio pelo espanhol Guillermo Parrado e pelo italiano Federico Rosario Brafa, segundo e terceiro, respetivamente, ambos a um segundo do campeão europeu.
A corrida das juniores femininas, sem presença portuguesa, assistiu ao domínio absoluto de Maruša Tereza Šerkezi: A eslovena revalidou o título europeu em grande estilo, passando em primeiro lugar em todas as voltas. A checa Barbora Bukovská foi quem deu mais luta, conseguindo a medalha de prata, a um segundo. A sueca Elinore Nilsson fechou o pódio, a 26 segundos.