Num jogo “à antiga” – fazendo lembrar o tempo das grandes estrelas do hóquei patinado, “dançado” até com Livramento na batuta dos grandes e continuados passos virtuosos – Portugal salvou a face e catapultou-se para a final do europeu de hóquei em patins depois de um frenético derby com os amigos espanhóis, numa jornada onde o fair-play, a ética e a integridade estiveram de mãos dadas.
Deitando para trás das costas as três derrotas sofridas na fase de grupos, a “armada” lusa velejou num Multiusos da Rota dos Móveis, em Paredes, que transbordou de calor humano, de alma lusitana ao mais alto nível, que se concluiu com uma explosão de contentamento que há muito não se via no hóquei patinado português, salientando-se a transformação da equipa em heróis dos patins.
Se bem que a Espanha estivesse preparada para tudo e mais alguma coisa, a formação portuguesa conseguiu dar uma “bofetada de luva branca” a alguns “travessos” que pressagiavam um mal para tudo, o que foi o dom “negativo” para as três jornadas iniciais.
E tudo podia “descambar” quando o espanhol Sérgio Aragonez (cerca dos 14 minutos da segunda parte (depois de um nulo no primeiro tempo) chegou ao golo inicial depois de um remate que levou a bola a “enrolar-se” no guardião português, acabando dentro da baliza.
Mas, no minuto depois, foi a vez de Portugal reagir e chegar ao empate, por intermédio de Miguel Rocha, embalado pelo lado direito – depois de quase bloqueados o quadrado ou o losango utilizado pelas duas equipas – e a rematar pela certa, num golo muito festejado, como um sinal de que algo de bom se estaria a preparar. A sorte procura-se, não se espera. Foi isso que a equipa nacional operacionalizou e, cerca dos 17 minutos, fez o 2-1, por Hélder Nunes, também num rápido contra-ataque, numa altura em que a velocidade de jogo foi de “ponta”.
O balde de água fria surgiu a 29 segundos de terminar o jogo quando a Espanha, arriscando tudo por tudo e a jogar com cinco jogadores de campo (sem guarda-redes), chegou ao 2-2 com que findou o tempo real, num lance em que a defesa lusa se “descuidou” e permitiu um remate para um ângulo que não fechou convenientemente.
Lugar ao prolongamento de 10 minutos (5+5) sem questões práticas de se alterar o resultado, seguindo-se para a terceira parte: a marcação de penalties.
Primeiro arrepio: a Espanha marcou logo de entrada por Aragonez e Miguel Rocha falhou (1-0); Aragonez falhou e Alvarinho marcou (1-1); Marti Casas falhou e Gonçalo Alves marcou (2-1); Zé Miranda falhou e Aragonez marcou (2-2).
Segunda fase dos penalties: Gonçalo Alves marcou e Sergio Carballeira falhou: triunfo de Portugal por 5-4, após as penalidades.
Este sábado (21h30), a grade final entre Portugal e a França (que venceu a Itália por 9-5), depois do Espanha-Itália (3º e 4º lugar, pelas 18h45).
Grande noite para o Hóquei em Patins em Portugal que se aguarda de alto risco, para tornar a vitória mais saborosa!