Os Linces tiveram três quartos de excelência para chegar aos últimos dez minutos a disputar o resultado, batendo o pé e a lutar até ao fim contra a campeã do mundo (Alemanha), contra os melhores jogadores da Europa nos oitavos de final do Campeonato da Europa, entre as 16 melhores do velho continente.
O resultado (85-58) não espelha a crónica do jogo, singular duelo que fez vibrar todos os portugueses que, em casa, acreditaram tanto quantos os nossos Linces.
Foi um duelo para a História: a Alemanha, que entrou neste encontro como a equipa que mais pontos marcou na fase de grupos (média de 105,8 por jogo), é talvez a principal candidata ao título, ao lado da Sérvia e da Turquia, e isso diz muito da campanha extraordinária e de dedicação que Portugal fez neste Campeonato da Europa.
Mas a máquina defensiva do professor Mário Gomes reduziu os alemães a três quartos onde não conseguiram atacar como habitualmente o fazem. Sem lançamentos fáceis. Com uma luta imensa em todos os ressaltos.
Reduzir a Alemanha aos parciais de 17-12 e 21-19, no primeiro e terceiro quarto, foi uma tarefa árdua. Chegar ao intervalo a vencer, depois de coletivamente brilhar no segundo (14-20), ainda mais. A verdade é que os Linces lutaram com tudo o que tinham e não tinham – e só a falta “de pernas”, de “fuel”, como referiu o selecionador na conferência de imprensa, fizeram que os alemães “explodissem” no jogo, depois dos lusos entrarem no último quarto a perder por apenas um ponto (52-51). Só aí conseguiram atacar como até então tinham atacado neste EuroBasket. Só aí conseguiram ultrapassar a muralha lusa.
Neemias Queta (18pts, 11res – 24val) foi o MVP da equipa das Quinas (e tornou-se o segundo melhor marcador luso em EuroBasket, com um acumulado de 93 pontos), mas o esforço coletivo é o que há a destacar.
Travante Williams marcou oito pontos, Daniel Relvão juntou seis ressaltos aos seus quatro pontos, Diogo Gameiro (4pts, 7res) substituiu com excelência Diogo Ventura, que não alinhou por lesão (sofrida durante o último jogo da fase de grupos).
O desaire em nada belisca a campanha que fez esta equipa. Amanhã voltará o Diário do Euro para encerrar os 12 dias em que Portugal abrilhantou Riga, menina e moça. Para já, os 12 Linces de Mário Gomes irão descansar, sabendo que, como o próprio disse, “até pode haver um treinador tão feliz quanto eu pelo desempenho da sua equipa. Mas mais feliz não há”.
Parciais de 17-12, 14-20, 21-19 e 33-7
Pedro Dias, secretário de Estado do Desporto, acompanhou o jogo junto do Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, Manuel Fernandes, em direto de Riga.