O que resulta dos empates verificados nos dois últimos jogos desta 8ª ronda da Liga Betclic, fechada neste domingo, na entrada para “férias” face aos compromissos da seleção nacional, como que contrariando quase tudo o que se escreveu e disse ao longo da semana que ora terminou.
Só que, como é da gíria, os “resultados só se sabem no final de cada jogo” pelo que se pode dizer que a “montanha pariu um rato” e, afinal, tudo ficou na mesma. Para bem? Para menos bem? O tempo o dirá!
No Estádio José Alvalade, onde o ambiente é normalmente “quente” para os leões, que entram em campo com “nervoso miudinho”, porquanto se arribam de entrada e, não muito tempo depois, estão na fase de fazer correr o marfim.
Por outras palavras, entra-se à leão e passam a meros driblados, não avançam porque a outra equipa fecha os caminhos, fazem passes laterais, recuam e, objetivamente, não rematam à balíza para marcar golos.
No Sporting-Sporting de Braga, diz a estatística que os bracarenses remataram mais para a baliza (5-3), que os bracarenses tiveram mais posse de bola e que no global dos remates os leões de Lisboa fizeram 13-11. Muito pouco para quem quer ir muito mais à frente, em especial para o lado leonino, em que poucas jogadas coordenadas, direcionadas e objetivamente para golo foi o que se viu.
No meio de uma “atrapalhação” geral na grande área do Braga, Pedro Gonçalves enviou a bola para o centro, etiquetada para Luiz Suárez que, de forma pouco técnica, reenviou o esférico para o segundo poste, com um ligeiro toque de magia, fazendo (19’) a abertura do marcador.
O Braga, que até aí tinha demonstrado que estava em campo para vender caro qualquer resultado, atuou com celeridade, mas sem clarificação quer nos remates, até porque apenas fez um para a baliza sportinguista, ainda que tem conseguido mais (4-3) que os leões no geral dos remates.
Os leões falharam muitos passes, foram mais lentos, não atinaram com a baliza, situação que se foi prolongando no tempo face a um Braga expedito, que chegou ao intervalo com uma posse de bola de 59/41%, a confirmar o que se disse.
Ainda assim, o Sporting criou uma ou outra hipótese para marcar, mas os rematadores não encontram a baliza.
No segundo tempo, a “caça” às faltas desportivas (e, com elas, poderem surgir cartões) foi uma constante por parte dos jogadores bracarenses, ainda que também os leoninos se tivessem “aproveitado” da mesma benesse, até por complacência do árbitro do jogo.
No seguindo de um livre (47’), Vítor Carvalho cabeceou ao lado da baliza à guarda de Rui Silva, tendo o Pedro Gonçalves (50’) endossado a bola para Vagiannidis que cabeceou para fora, retorquindo o Braga (54’) com um remate de Lelo, à “queima-roupa”, que obrigou Rui Silva a defender “in extremis”, fazendo subir a bola, que bateu na trave e saiu para canto, surgindo (67’) a defesa do Braga a evitar o 2-0, que só não aconteceu por inépcia dos avançados dos verdes.
Alisson entrou (64’) para render Trincão, algo apagado, assim como Pedro Gonçalves, e tentou dar nova vida ao ataque leonino, mas não conseguiu, assim como Kochorashvili e Ioannidis, que também não tiveram oportunidade de brilhar.
Entretanto, começou a “chuva” de cartões e, num ápice, chegou aos 9 (4 para jogadores do Sporting e 5 para o Braga), numa altura em que o ambiente aqueceu muito mais, porquanto as quedas surgiram na ribalta.
Ioannidis, recém-entrado, teve (81’) oportunidade pata chegar ao 2-0, mas, com a baliza aberta, não atinou com a rede.
O Braga insistia chegar ao empate e veio a conseguir os seus intentos (90+7’) depois que o VAR descortinou que Hjulmand puxou pela camisola/braço do atacante bracarense, o que levou o árbitro a anunciar a grande penalidade, que Zalazar transformou em golo. E lá se foi a lógica de que o fator casa é importante para fazer muitos pontos. Neste jogo não aconteceu assim.
No Estádio do Dragão, depois da partida do Sporting, a tensão aumentou, porquanto o “deslize” dos leões poderia ter impactos diferentes para o FC Porto e Benfica. Uma vitória das águias de Lisboa colocaria a equipa de José Mourinho (e ele próprio) nos píncaros (a 2 pontos), ou os encarnados poderiam ficar a 7 pontos se perdesse.
A verdade é que o empate acabou por benéfico, porquanto se manteve a desvantagem de 4 pontos, melhor do que a outra hipótese.
O FC Porto, segundo rezam as estatísticas, foi superior em toda a linha, mas por números que, neste tipo de jogos, são normais, mas abaixo daquilo que se poderia esperar de duas formações com o gabarito dos azuis e brancos do Porto e dos vermelhos de Lisboa, que se contentaram com o 0-0 com que começaram a jogar.
Apenas 12 remates (8-4) foram feitos para os dois lados, dos quais a ínfima parte (2-1) para a baliza, numa posse de bola portista de 52/48%, confirmando o equilíbrio que se verificou, registando-se 8 cartões amarelos (6-2) e não se tendo registado qualquer fora de jogo.
Em Vila do Conde, o Rio Ave recebeu e venceu (3-0) o Tondela, sendo de realçar que foi o primeiro triunfo dos vilacondenses neste campeonato.
Spikic (25’), André Luiz (42’) e Clayton (73’) marcaram os golos, numa tónica divergente em termos de estatística, porquanto o número de remares foi de 13 para cada equipa, dos quais 7-3 para a baliza, com a maior posse de bola a ser conquistada pelo Tondela.
Refira-se ainda que Clayton – um dos melhores marcadores desta Liga Betclic, com 6 golos, acabou expulso (89’), sucedendo o mesmo a Brayan (90+2’) do Tondela.
O Arouca-Famalicão acabou empatado (1-1), com golos marcados por Trezza (58’) e Fontán (84’), tendo sido expulso Justin de Haas (86’), numa partida em que os visitantes dominaram (14-7 em remates, dos quais 5-3 para a baliza, numa posse de bola de 54/46%) mas não tiveram arte para chegar ao triunfo.
Na classificação, o FC Porto soma 22 pontos (não sofreu nenhuma derrota), à frente do Sporting (19), Benfica (18), Gil Vicente (16), Moreirense (15), Famalicão (13), Guimarães (11), Sporting de Braga, Nacional e Alverca (10), Arouca (9), Rio Ave, Santa Clara e Casa Pia (8), Estrela Amadora (7), Estoril (6), Tondela (5) e AVS SAD (1).
Nos marcadores, quatro jogadores (Pablo Felipe, Gil Vicente; Chocho Ramirez, Nacional; Clayton, Rio Ave e Luís Suàrez, Sporting, seguem no comando, com 6 golos, seguindo-se outro grupo (Samu, FCPorto; Guilher Schettine, Moreirense; Pedro Gonçalves, Sporting e Pavlidis, Benfica), todos com 5 golos.
A 9ª jornada inicia-se no dia 24 deste mês de outubro, com o jogo Alverca-Gil Vicente.