Nas estatísticas – ou em quase tudo na vida de um cidadão, por mais comum que seja – tudo é possível! Qualquer que for o resultado, há sempre justificações! Plausíveis? Justificáveis? Dependendo do vértice a utilizar ou do processo selecionado, independentemente da fórmula usada, os resultados nunca são iguais.
Por isso, quando de domina muito (14-6 em remates, dos quais apenas 3-3 para a baliza e com uma posse de bola de 72/28%) porque é que se cometem erros quase medíocres, ao permitir-se que o lateral direito, por onde se iniciaram os processos dos dois golos marcados pela Irlanda? E porque Diogo Costa, nas duas situações, ficou impávido (numa) e sereno (na segunda), não conseguiu fechar o caminho da bola para a baliza lusa?
Foram tão claros esses caminhos que os irlandeses (quiçá “embriagados” pelas facilidades concedidas pela defesa portuguesa, nela se incluindo um guarda-redes a ver passar a bola por cima, colado ao chão, com o marcador frontalmente a marcar nas calmas, além de não fechar o ângulo da baliza/poste mais próximo de si) facilmente chegaram ao triunfo, contrariando, em especial o que era considerado como possível.
Para fechar como chave de ouro, a atitude do capitão Cristiano Ronaldo que foi brindado com um cartão vermelho e, no final, com Bernardo Silva e Ruben Neves (que substituiu Ronaldo como capitão) a dirigirem-se para a bancada onde estavam adeptos de Portugal para tentar responder aos eventuais “piropos” menos “próprios” que terão sido ditos por força do resultado negativo.
Por isso e pelo que mais se viu do ponto de vista ético (terá sido?) resta ganhar o jogo deste domingo, no Estádio do Dragão, para evitar outros males. Recorde-se que Portugal venceu (5-0) no primeiro jogo. O que não quer dizer nada!
No lançamento do encontro, Roberto Martinez, selecionador nacional, começou por referir que “temos uma equipa com muita responsabilidade e autocrítica. Tentamos criar um ambiente para crescer após os jogos, após uma derrota. Estamos tristes. Já falei desse jogo, agora não é momento de falar disso. A tristeza é uma oportunidade. Jogar em casa, em frente dos nossos adeptos. Em frente de uma equipa que respeitamos, mas é uma equipa perante a qual queremos demonstrar o nosso nível. E fechar o apuramento. O foco é este jogo”.
Abordando a reação da equipa, Martinez salientou que “são quase três anos. A dinâmica em termos coletivos é muito estável. Gostamos de rever o jogo e utilizar o tempo para crescer. Tivemos derrotas juntos. Ajuda muito a poder a ganhar o próximo e melhorar. Foi isso que fizemos. O tempo com os jogadores é mínimo e tem de ser de qualidade. Vi jogadores no treino cheios de alegria, de energia e com vontade de mostrar o nosso melhor nível e tentar ganhar mais um jogo em frente dos adeptos. É uma fase de apuramento muito estranha, seis jogos, detalhes… A equipa está bem, com vontade de mostrar o que pode fazer com a Arménia”.
Pedro Proença, presidente da FPF, marcou presença na conferência e aproveitou para dizer que
“acho que estamos a trabalhar todos juntos, unidos, e a força é importante em todos os momentos. Depois das derrotas ou vitórias, temos um ambiente ganhador… Estamos à espera de fechar aquilo pelo qual trabalhámos muito nos últimos estágios. Estamos todos juntos”.
Deixou ainda uma mensagem para os adeptos: “no Dragão tivemos grandes memórias. No meu tempo temos o apuramento contra a Polónia, em que foi uma força incrível. Também o apuramento para o europeu contra a Eslováquia. A Irlanda usou o seu estádio muito bem e nós podemos fazer isso ao mesmo nível. A equipa adora jogar com a força dos nossos adeptos. Faz toda a diferença e vamos usar isso amanhã”.
Quanto a Cristiano Ronaldo, referiu que “depois do jogo é um momento difícil porque as emoções podem não ser claras. Vi a reação dele a uma provocação. Começou ao princípio do jogo, em todos os lances na área. Começou até no dia antes na conferência. E foi uma reação de tentar continuar a jogar. Outros podem cair no chão e procurar penálti. Não é uma ação violenta, não é vermelho por violência, mas a reação a uma provocação. Precisamos tentar mostrar o caso e preparar bem. Diria que seria muito injusto ser uma sanção longa.”
“Já falei do modus operandi da Seleção: quando há um jogador lesionado, não está na seleção. Quando há um jogador suspenso, não está na Seleção. Porque o foco dele não é o foco de jogar. Sempre trabalhámos assim. Quando não está na convocatória no dia de jogo não está Seleção. Porque o foco dos jogadores é o de ganhar o jogo. Já fizemos isso com o Bruno na Irlanda. O Cristiano também teve cartões e não estava. Foi com o Luxemburgo e tivemos o melhor resultado de sempre. São perguntas que são uma falta de respeito para o Cristiano e para quem cá está. É como questionar o compromisso do Cristiano. Por que vamos falar nisso? Ganhou muitos jogos, o compromisso é impecável. E agora tem cartões e não consegue estar aqui. E faz parte da nossa forma de trabalhar”.
Quem vai ocupar o lugar de ponta de lança? “temos mais um treino, ainda não falei do onze. Gostamos de trabalhar com dois por posição. O Gonçalo é um ponta de lança natural. Que já fez muito bons momentos na Seleção. É o atacante com maior média de minutos por golo nas competições europeias. É um jogador muito importante para ter na Seleção. Não posso falar do onze, mas vai ser importante”
Sobre a Arménia:
“Quando lá jogámos, não sabíamos o que a Arménia podia fazer. O novo selecionador não teve muito tempo para trabalhar antes de jogar contra nós. É uma equipa que tenta jogar, é muito inteligente e tem capacidade criativa. Defensivamente, com uma linha de 5 solidária. Fez fez jogos bons com Irlanda, o que mostra o trabalho do selecionador, mas tiveram azar. É uma equipa muito competitiva, que respeitamos muito. Gostei muito do trabalho do selecionador”.
Seleção Sub-18 em frente
O Campeonato do Mundo FIFA Sub-18 prossegue com a entrada em cena dos duelos dos oitavos de final da prova, com a equipa nacional a enfrentar, esta terça-feira, a congénere do México, às 13 horas, no Campo 3 do Aspire Academy, encontro a ter transmissão em direto e exclusivo no Canal 11.
Em caso de triunfo dos comandados de Bino Maçães, o conjunto nacional jogará nos quartos de final diante do vencedor do Suíça x República da Irlanda, agendado para as 14h45 portuguesas do mesmo dia.
A final do torneio mundial está marcada para o próximo dia 27 de novembro, às 19h00 locais, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha.
A seleção nacional subn-18 venceu a congénere da Bélgica (2-1), tendo o avançado Anísio Cabral bisado na partida e colocado Portugal na próxima fase da competição.


