Terça-feira 18 de Novembro de 2025

Europeu de crosse em Lagoa em prontidão

Atletismo-EuropeuCrosse---17-11-2025

FPA – Arquivo

A menos de um mês para a 31ª edição dos SPAR Campeonatos Europeus de Corta-Mato, a cidade de Lagoa continua a preparar-se para se apresentar – 14 de dezembro próximo – na Europa do Atletismo como capital do crosse em que Portugal tem sido um dos maiores desde que a competição se iniciou.

Desde 1994 que esta competição representa o ponto alto da temporada de inverno do atletismo europeu. A primeira edição, realizada em Alnwick (Reino Unido), ficou marcada por um triunfo português histórico: Paulo Guerra venceu individualmente e conduziu Portugal ao ouro coletivo, com Domingos Castro a conquistar a prata. Era o início de uma relação especial entre o corta-mato europeu e o atletismo nacional.

A Federação Portuguesa de Atletismo é uma das federações que estrearam a competição e que, desde então, nunca faltaram nas 30 edições já realizadas e que valeram a Portugal um acumulado de 59 medalhas (19 de ouro, 20 de prata e 20 de bronze).

Paulo Guerra, em masculinos, com os seus quatro títulos de campeão europeu (1994, 1995, 1999 e 2000) e vice-campeão em 1996; e, em femininos, as atletas Jéssica Augusto, campeã europeia em 2010, vice-campeã em 2008 e ainda campeã júnior em 2000; e Dulce Félix, a mais medalhada das portuguesas, duas vezes vice-campeã (2011 e 2012) e terceira classificada em 2010 e 2013, são os expoentes máximos do atletismo nacional nesta disciplina.

Nadia Battocletti já confirmou que irá defender o seu título sénior feminino no próximo mês. A italiana acumulou mais uma temporada superlativa em todas as superfícies, conquistando medalhas nos 5000 m e 10 000 m no Campeonato Mundial de Atletismo em Tóquio e o ouro nos 10 km no primeiro Campeonato Europeu de Corrida.

Outro nome de destaque que tem Lagoa como objetivo é Megan Keith. A britânica perdeu o Campeonato Europeu de Corta-Mato do ano passado devido a uma lesão, mas venceu a prova sub-23 em Bruxelas 2023 por incríveis 83 segundos, a maior margem de vitória em qualquer prova na história do campeonato.

A colega de equipa Innes FitzGerald também tem aspirações de encerrar a carreira júnior com o terceiro título consecutivo sub-20 no Campeonato Europeu de Cross Country SPAR.

O campeão europeu de maratona e medalhista de bronze mundial de maratona, Iliass Aouani, também foi pré-selecionado para a equipa italiana para Lagoa.

As esperanças portuguesas nas corridas seniores recaem sobre a medalhada (bronze) em sub-20 (2019) e sub-23 (2021), Mariana Machado,

Nos últimos anos, Mariana Machado, tem somado presenças – seis no total – e foi medalha de bronze em sub-20 na edição de 2019 (em Lisboa) e também em sub-23, na edição de 2021. Ficou em quinto lugar em Antalya no ano passado e depois em quarto lugar nos 10 km no Campeonato Europeu de Corrida em Estrada (10 km).

Atletismo-EuropeuCrosse--17-11-2025

FPA – Arquivo

Nacional de corta-mato marcado para domingo

A seleção portuguesa será escolhida após os Campeonatos Nacionais de Corta-mato, que se realizam em Lagoa, nos dias 22 e 23 do corrente mês de novembro, evento que serve também para o teste final de aferição de todos os pormenores, como antecâmera do Europeu da especialidade.

De acordo com os critérios de classificação, serão automaticamente selecionados os três primeiros classificados em cada escalão (sub-20, sub-23 e seniores). Os três restantes atletas serão selecionados em função da sua prestação desportiva, em competições nacionais e internacionais, ao longo do período de observação (18 de outubro a 23 de novembro).

De acordo com o documento dos critérios de seleção, a participação nestes campeonatos é o momento de observação com maior importância no processo de seleção dos atletas.

Para a estafeta mista de 4×1500 metros, a equipa será feita em função da análise da prestação desportiva dos atletas na estafeta do Campeonato Nacional de Corta-mato, principal momento de avaliação, e em provas nacionais e internacionais, na distância da milha e 1.500 metros, realizadas em estrada, corta-mato e pista, durante o período de observação. No entanto, nesta disciplina, a Direção Técnica Nacional (DTN), por forma a assegurar melhor representação nacional, reserva-se no direito de selecionar atletas que tenham prestações desportivas assinaláveis, nas distâncias de milha e 1.500 metros, durante o ano de 2025.

A nível internacional, a Ucrânia domina o historial individual através de Serhiy Lebid, recordista absoluto com nove títulos e 12 medalhas no total, enquanto a Grã-Bretanha lidera o quadro de nações com 199 pódios conquistados… Lagoa pode assistir ao 200º pódio de atletas britânicos.

Entre as mulheres, a norueguesa Karoline Bjerkeli Grøvdal soma dez medalhas, quatro delas de ouro, e é uma das grandes figuras da atualidade, sucedendo à britânica Paula Radcliffe e à irlandesa Fionnuala Britton.

A 30ª edição, realizada em 2024, em Antalya, consagrou duas estrelas incontornáveis na atualidade: o norueguês Jakob Ingebrigtsen, tricampeão europeu sénior, e a italiana Nadia Battocletti, primeira atleta a vencer em sub-20, sub-23 e seniores. Ambos confirmaram o estatuto de fenómenos do atletismo europeu.

Nas três primeiras edições, apenas se realizaram corridas de seniores, antes das corridas de Sub-20 serem acrescentadas como evento oficial em 1997 (as corridas de Sub-20 realizaram-se em 1996, embora como evento de exibição), seguindo-se as corridas de Sub-23 em 2006, antes da adição da estafeta mista em 2017.

Pela primeira vez na história do evento, foi alcançada a paridade entre os sexos em 2023, com os homens e as mulheres a correrem nas mesmas distâncias nos respetivos escalões etários. Ambas as corridas seniores foram disputadas em 9 km, o que significa que a corrida feminina duplicou a distância desde a primeira edição, que foi disputada em 4,5 km.

No historial da competição, apenas 15 países – Portugal incluído – contabilizam a totalidade de participações nas 30 edições realizadas. Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Chipre são os restantes.

Lagoa recebe a 31ª edição, sendo esta a quarta vez em solo português depois de Oeiras (1997), Albufeira (2010) e Lisboa (2019). Será o regresso de uma competição que une tradição, emoção e excelência.

Na lista dos mais medalhados estão os portugueses Paulo Guerra, com cinco medalhas (quatro títulos, uma de prata), Dulce Félix, com quatro (duas de prata e duas de bronze), Jéssica Augusto com três (duas de ouro, uma como sénior, outra como júnior, e uma de prata), e Inês Monteiro com três (uma de ouro e outra de prata como júnior e uma de bronze como sénior).

Com medalhas individuais, contam-se ainda Eduardo Henriques (duas medalhas, uma de prata outra de bronze), Domingos Castro (uma de prata), Rui Silva e Yousef El Kalay (cada um com bronze), Analídia Torre (uma medalha de prata), Mariana Machado com duas medalhas de bronze, uma em sub-20, outra em sub-23, Mónica Rosa, prata em sub-20 e Rui Pinto, bronze em sub-20.

Os atletas mais prolíficos da história do campeonato são o ucraniano Sergiy Lebid e a irlandesa Fionnuala McCormack, que participaram, respetivamente, 19 e 18 vezes no SPAR Campeonatos da Europa de Corta-Mato.

 

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