Quinta-feira 25 de Abril de 2024

Com chegada em grupo, algarvios conquistaram o Alentejo

80ª Volta a Portugal Santander 2018

PODIUM / Paulo Maria

A uma velocidade “baixa” (35 km/hora) – o calor não permitiu mais e os ciclistas começaram a pedalar “à defesa” nesta fase teoricamente mais fácil da 80ª Volta a Portugal Santander, daí o facto de, pela segunda vez, chegarem ao destino em pelotão, com dois algarvios a ocuparem os primeiros lugares na etapa que, como se pode prever, não provocou alterações de maior nas várias classificações.

De Beja a Portalegre, na que foi a etapa mais longa (203,6 km) da Volta’2018, o percurso não apresentou dificuldades de maior (a não ser o calor que se fez sentir), porquanto não teve montanhas pontuáveis mas apenas três metas volantes.

Luís Mendonça (Aviludo/Louletano) lançou o sprint e logo depois, que nem um foguete, saiu o espanhol Vicente García de Mateos (da mesma equipa) à procura do triunfo que confirmou na linha de meta, com o tempo de 5.47.25, que foi atribuído a todo o pelotão das frente.

Mendonça repetiu o segundo lugar da véspera mas foi ele quem disse que “nem em sonhos” pensava que a equipa iria alcançar estes resultados na segunda etapa. “Fizemos um trabalho espectacular. Assumimos a corrida sem medo”, palavras ditas ainda em cima da bicicleta. Vicente também realçou o esforço colectivo e claro que não poderia deixar de lado uma palavra sobre as temperaturas altas: “Estava muito calor e a etapa foi muito longa”.

PODIUM / Paulo Maria

PODIUM / Paulo Maria

Sob o signo do calor, a organização da Volta enalteceu o modo como, sobretudo, o pelotão “munido dos mais nobres valores desta exigente modalidade soube ultrapassar as enormes dificuldades provocadas pela temperatura extrema da etapa”.

A todos os corredores e demais elementos que circularam na prova, a Podium Events rende sincera homenagem e agradece o espírito solidário de todas as corporações de bombeiros dos concelhos atravessados que tudo fizeram para que a etapa fosse concluída com sucesso.

Para “esticar” ainda mais o dia, uma queda nos últimos 500 metros lançou dúvidas sobre quem seria o camisola amarela. Houve cortes no pelotão e os comissários tiveram de analisar se ocorreram antes ou devido à queda, que afectou, entre outros, César Martingil, o líder da juventude, camisola branca RTP. A decisão dos comissários foi dar o mesmo tempo a todos, o que permitiu a Rafael Reis (Caja Rural-Seguros RGA) manter a Camisola Amarela conquistada no prólogo de Setúbal.

Após esta travessia alentejana que não acontecia na Volta há 20 anos, a única mudança, em Portalegre, em termos de classificação foi nos pontos. Depois de dois segundos lugares, Luís Mendonça é o novo dono da Camisola Verde Rubis Gás, com 40 pontos, mais dois do que Vicente de Mateus.

Na geral (individual), Rafael Reis (Caja Rural/Seguros) mantêm-se líder, com um total de 11.04.26, à frente de Cesar Martingil (Luberty Seguros (CA), com mais dois segundos, e David Mestre (Efapel) a 3 segundos.

Por equipas, liderança para o Sporting, com 33.13.33, seguida da Caja Rural/Seguros, com o mesmo tempo, e da Team Coop, a 24 segundos.

Na Juventude, Cesar Martingil (Liberty Seguros/CA) mantém-se no comando, seguido de Ivan Centrone.

PODIUM / Paulo Maria

PODIUM / Paulo Maria

Na montanha, que começa a surgir a partir desta sexta-feira, os ciclistas ainda em prova sairão da Sertã para percorrem 175,9 km e chegando a Oliveira do Hospital, depois do calor da passagem por cinco contagens para o prémio da montanha, duas de grau 4 (o mais fácil), duas do grau 3, uma do grau 2, os principais obstáculos para a corrida desta sexta-feira.

Daí esta quarta etapa ter considerada como a da “vida”, em véspera da chegada à Serra da Estrela, com a Torre lá no alto para começar a fazer o primeiro “

A ligação deste sábado será feita entre a Sertã e Oliveira do Hospital, para percorrer no que serão os primeiros tetes a sério para toda a gente

Será uma homenagem da Volta a Portugal às populações atingidas pelos incêndios de 2017. Esta terceira etapa vai levar o colorido do ciclismo às regiões mais afectadas. A Podium Events, entidade organizadora da Volta, juntou patrocinadores e abdicou de parte das receitas financeiras para lembrar as vidas perdidas e os territórios e sobretudo para enaltecer a valentia dos que puseram mãos à obra com o objectivo único de reconstruir a vida.

Serão 177,8 quilómetros entre a Sertã e Oliveira do Hospital passando por Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Lousã, Góis, Arganil e Tábua. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras individualidades, associam-se a esta homenagem e vão marcar presença na chegada.

Será o início de uma nova fase da Volta com muita montanha, com duas quartas categorias, duas terceiras e uma segunda, esta última na Serra da Lousã, pelo que poderá começar uma nova arrumação na classificação geral.

Tudo vai depender também do calor, que continuará forte até segunda-feira.

 

 

 

 

 

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