Sexta-feira 03 de Maio de 2024

Joni Brandão emergiu do nevoeiro mas Amaro Antunes consolida favoritismo

Joni Brandão (Efapel) ganhou, esta quinta-feira, a quarta etapa da Volta a Portugal Edição Especial Jogos Santa Casa, numa ligação de 148 quilómetros entre a Guarda e a Torre, na qual Amaro Antunes, amparado pela W52-FC Porto, segurou com autoridade a camisola amarela.

A subida de 20,2 quilómetros, entre a Covilhã e a Torre, foi palco de múltiplos ataques da Efapel, que lançou, à vez, António Carvalho e Joni Brandão. João Rodrigues respondeu a todas as escaramuças, comandando o grupo dos favoritos até ao último quilómetro, não dando margem à concorrência para acreditar que seria possível fazer a diferença.

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Quem ainda chegou a sonhar foi Cristián Rodríguez (Caja Rural-Seguros RGA), que se juntou à fuga do dia no troço entre as Penhas Douradas e a Covilhã, atacou no sopé da serra e pedalou em solitário até perto do quilómetro final, onde o vento forte, o frio, o nevoeiro e o ritmo do grupo dos favoritos derrotaram o homem da equipa espanhola.

Nos derradeiros mil metros, com condições meteorológicas muito adversas, assistiu-se a alguns ataques de Luís Fernandes e João Benta (Rádio Popular-Boavista) e até de Frederico Figueiredo (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel). Mas foi a ofensiva de Joni Brandão com a meta à vista – força de expressão, porque o nevoeiro não deixava enxergar – que decidiu a etapa.

O chefe-de-fila da Efapel cortou a meta ao fim de 4h19m02s de prova (média de 34,281 km/h), 3 segundos menos do que Frederico Figueiredo, Amaro Antunes e Gustavo César Veloso.

Após ter terminado a etapa, Joni Brandão referiu ao site da Federação Portuguesa de Ciclismo, que “viemos com a estratégia de vencer a etapa e de ganhar tempo. Tudo fizemos para que fosse possível, endurecendo a corrida e atacando. Mas encontrámos um W52-FC Porto muito forte. Ganhámos a etapa e só temos de estar felizes. Continuamos de pé e temos o mesmo objectivo, vencer a Volta a Portugal. Toda a equipa está de parabéns pelo excelente trabalho”.

A etapa da serra da Estrela vincou o bom estado de forma dos homens que já se haviam destacado na Senhora da Graça, servindo para eliminar da luta pela camisola amarela Jogos Santa Casa, Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano) e Ricardo Vilela (Burgos-BH).

Amaro Antunes segue com a posse da camisola amarela Jogos Santa Casa. Frederico Figueiredo está a 13 segundos e Gustavo César Veloso (W52-FC Porto) a 1m13s. Joni Brandão subiu à quarta posição, a 1m17s, e João Benta é o quinto, a 1m27s.

Para o líder da prova, Amaro Antunes, “tenho de agradecer muito a toda a equipa. O João Rodrigues foi incansável nesta parte final. Controlou toda a subida na perfeição, eu só tinha de me guiar pela roda dele. O João foi mortífero na resposta a todos os ataques. No final o nevoeiro induziu-nos em erro, mas felizmente continuamos de amarelo”.

Nas restantes classificações os comandantes são os mesmos que iniciaram a etapa na dianteira: Luís Gomes veste a Camisola Vermelha Cofidis (Regularidade), Hugo Nunes (Rádio Popular-Boavista) continua com a Camisola Branca e Vermelha Fidelidade (Montanha), Simon Carr (Nippo Delko Provence) enverga a Camisola Branca IPDJ (Juventude), e a W52-FC Porto segue no topo da geral colectiva.

Se há terra que pode dizer que é de ciclismo é Águeda. Não é por acaso que é considerada a capital da bicicleta, por toda uma indústria que tem as bicicletas no centro das atenções. Por isso mesmo, tinha de fazer parte da Edição Especial e assim transmitir uma mensagem de esperança ao território nacional e às suas gentes.

A sua ausência da Volta a Portugal é longa. É preciso recuar a 2001, quando o italiano Salvatore Commesso venceu. Mas sem ser nesta corrida, há uma pessoa que está na Volta e que ganhou em Águeda em 2007, no Grande Prémio CTT Correios de Portugal.

José Azevedo estava em final de carreira, representando o Benfica. Agora é director desportivo da Nippo Delko One Provence.

Azevedo não era sprinter mas, esta sexta-feira, a expectativa é de uma chegada para os homens mais rápidos, que saíram frustrados da etapa de Viseu.

Celavisa e Espinheira são duas quartas categorias e apesar de algum sobe e desce na primeira metade da corrida, os últimos 70 quilómetros serão planos. Oliveira do Hospital – no Largo Ribeiro do Amaral – receberá a partida (12h50) para os 176,3 quilómetros, com a meta a estar instalada na Avenida Calouste Gulbenkian (previsão de chegada entre 17h30 e 17h45). Ao contrário de Águeda – que é palco habitual do Grande Prémio Abimota – Oliveira do Hospital tem surgido no percurso da Volta em anos recentes.

Em relação aos candidatos, surge à cabeça Daniel McLay. O sprinter da Arkéa Samsic veio a Portugal para ganhar etapas como esta e foi o primeiro do pelotão em Viseu. O segundo lugar soube a pouco ao britânico.

Entre os portugueses César Martingil (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), João Matias (Aviludo-Louletano), Samuel Caldeira (W52-FC Porto) e Leangel Linarez (Miranda-Mortágua) são candidatos a uma vitória.

Porém, há um pormenor em ter em conta. Em certas zonas do percurso, o vento poderá pregar partidas, com rajadas de 35 quilómetros/hora e mesmo em Águeda haverá algum vento, segundo as previsões. Estas apontam também para a possibilidade de chuva.

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