Sexta-feira 20 de Abril de 9296

Benfica inédito e brilhante vencedor da EHF European League

Época 2021/22 Benfica x Magdeburg, em Lisboa, no Altice Arena

FP Andebol

Vencendo a equipa alemã do Magdeburg (40-39, após prolongamento), o Benfica conquistou de forma inédita e com brilhantismo a European League, jogo da final que teve como palco o Altice Arena, em Lisboa.

No que foi um dia histórico e inolkvidável para o Andebol português, o Benfica também fez história e logrou ter suficiente capacidade (física, psicológica e de garras afiadas) para derrotar uma das melhores equipas europeias, proveniente de um Andebol de primeira água em termos mundiais.

Iniciando a partida com o sete base composto por Sergey Hernandez, Jonas Kallman, Petar Djordjic, Lazar Kukic, Alexis Borges, Demis Grigoras e Ole Rahmel, o Benfica sofreu a bem sofrer mas soube encontrar não só o caminho mas, também, a estratégia mais eficiente para almejar este primeiro troféu europeu, que vai emoldurar e enriquecer o Museu Cosme Damião.

No Altice Arena, engalanado a preceito e onde o espirito desportivo e fair play foi palavra de ordem. O Benfica encontrou-se consigo próprio e, olhos nos olhos, encheu-se de brio e colmatou tudo o que não terá corrido tão bem para chegar ao fim como campeão.

Numa partida taco-a-taco, chegou-se a um resultado de 11-10 apenas a cinco minutos para o final da primeira parte, num marcador que depois chegou ao 13-13 e acabou num 15-14 a chegar ao intervalo.

No segundo tempo, Omar Magnusson acabou por estabelecer o empate (15-15) e deu o mote para parada e resposta até que Ole Rahmel desperdiçou um livre de 7 metros, com uma bola à barra, e deu hipótese aos alemães de passarem para o comando – oportunidade esta que não foi desperdiçada pelo islandês na marca de castigo máximo (16-17). Demis Grigoras e Bélone Moreira falharam nos ataques seguintes e o SC Magdeburg acabou por conquistar três golos à maior (17-20) – situação não antes vista no jogo – que obrigou Chema Rodriguez a levar o cartão verde à mesa pela primeira vez.

Depois de uma igualdade a 23 golos, aos 18 minutos, Petar Djordjic colocou o Benfica a vencer por 25-24 e o encontro seguiu com golos de parte-a-parte, com uma recta final imprópria para cardíacos. A um minuto do final, o internacional sérvio mostrou-se letal da marca de 7 metros e colocou tudo empatado a 30 golos, com os alemães a passarem para a frente de seguida, mas Lazar Kukic voltou a estabelecer a igualdade a 31. Faltavam apenas 15 segundos para jogar quando Bennet Wiegert coloca o cartão verde na mesa para ajustar a última jogada alemã do encontro que resultou num golo de Philip Weber (31-32), na sequência, foi a vez de Chema Rodriguez parar o jogo e, com três segundos para jogar, Alexis Borges concretizou o golo do empate (32-32) que levou o jogo a prolongamento.

Com dez minutos para jogar em duas partes, foi Gisli Kristjansson quem deu a vantagem à turma germânica mas Ole Rahmel restabelece o empate a 33 golos. Com dois minutos jogados, houve direito a livre de 7 metros, o qual Omar Magnusson não desperdiçou dando a liderança ao Magdeburg. Após falha no ataque encarnado, novo castigo máximo para os alemães mas desta vez a sorte ficou do lado de Sergey Hernandez, que defendeu com os pés, por duas ocasiões e Jonas Kallman colocou tudo igual, desta feita a 34 golos, terminando a primeira parte com o resultado em 34-35.

O Benfica começou com bola na segunda metade do prolongamento e Jonas Kallman voltou a não falhar, o jogo seguiu com empates sucessivos e o marcador assinalava 37-37 a minuto e meio do final. Lazar Kukic fez erguer o público na Altice Arena, após um roubo de bola, quando faltavam apenas dois minutos para jogar, dando oportunidade a Bélone Moreira de colocar o Benfica em vantagem, o que acabou por acontecer a 39-38. Alexis Borges selou resultado final (40-39) naquela que é a primeira conquista do Benfica na EHF European League.

Os melhores jogadores foram Ole Rahmel – 79% de eficácia (11 golos/14 remates) e Sergey Hernandez – 26% de eficácia (14 defesas/ 53 remates).

No jogo para o terceiro e quarto lugar, os polacos do Orlen Wisla Plock derrotaram os croatas do RK Nexe por 27-22 e conquistaram a medalha de bronze.

Benfica sagrou-se campeão nacional no Feminino

O Benfica como que aproveitou a “embalagem” e juntou também o título feminino como Campeão invicto, sinal de evidente superioridade sobre os demais concorrentes, como o Maiastars, que garantiu a manutenção directa.

A compoetição teve emoção até à derradeira jornada e, principalmente, muita incerteza, uma vez que faltavam ser definidas várias posições na tabela. Este domingo decorreu a 26ª e última ronda da prova e tudo ficou estabelecido.

O Benfica terminou a caminhada da prova em casa e venceu o Madeira SAD por 38-29, garantido um registo impressionante sem derrotas em 26 jogos realizados. A equipa encarnada esteve por cima do jogo durante a maior parte do tempo e ainda na primeira parte começou a construir uma vantagem que dava alento para a segunda parte.

Fechadas as contas, importa salientar as cinco atletas que compõem o top-5 de melhores marcadoras da edição 2021/2022 da prova: Ana Silva, ponta do ARC Alpendorada Heavy OJP, foi medalha de ouro com uns impressionantes 193 golos em 26 jogos, seguida de Joana Pires (SIM Porto Salvo), que marcou 189 e em terceiro lugar ficou Kássia César, lateral da Academia São Pedro do Sul, com 164. Francinete Carneiro, do CA Leça e autora de 161 golos, terminou na 4ª posição e a fechar o top-5 ficou a internacional portuguesa Maria Pereira, do SIR 1º de Maio ADA CJB, com 144 golos marcados.

Em termos colectivos, o Benfica foi o melhor ataque da prova, com 860 golos marcados e o ARC Alpendorada Heavy OJP, a melhor defesa, com 575 golos sofridos.

 

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