Quinta-feira 28 de Março de 2024

Chegada a voar nas barreiras no Campeonato de Portugal de Atletismo

Atl-CPortugal-FotoLuisBarretoFPA-26-06-2022

Marcelino Almeida e Luís Barreto / FPA

O facto mais saliente – que terá deixado algumas dúvidas – verificado no Campeonato de Portugal de Atletismo, este domingo concluído na pista do Estádio Dr. Magalhães Pessoa, ficou a dever-se a uma chegada em que um dos atletas finalistas voou para a meta nos últimos momentos.

Na emocionante final dos 110 metros barreiras, João Vítor Oliveira (Benfica) e Abdel Larrinaga (Sporting) entraram para os últimos metros quase ombro a ombro, com os últimos momentos a ver-se o benfiquista a voar – literalmente – para a meta conseguindo o triunfo (o seu segundo título) com a marca de 13,83 s, com o sportinguista, campeão no ano passado, na segunda posição (13,86 s).

Pela imagem aqui publicada, não é possível extrair qualquer “deficiência”, porquanto a foto não está enquadrada pela linha final, antes “enviesada”. Ainda assim, é nítido que o dorso do atleta do Benfica está muito abaixo do plano do dorso do representante sportinguista, este numa posição mais consentânea com a locomoção do corpo.

De acordo com a regra (18.2 do Regulamento Técnico da World Athletics), que aqui se transcreve: “18.2 Os Atletas devem ser classificados na ordem em que qualquer parte do seu corpo (isto é, o tronco, excluindo a cabeça, pescoço, braços, pernas, mãos ou pés) atinge o plano vertical da borda mais próxima da linha de chegada”, a dúvida baseia-se no facto de o dorso – ou tronco – do atleta benfiquista estar muito mais abaixo, não se percebendo se, no acto de ataque à linha (vertical) final, o tronco estaria nivelado com o atleta sportinguista (apesar da diferença de três centésimos entre os tempos de um e de outro).

O júri entendeu que estava regulamentar e o resultado foi homologado, pelo menos até prova em contrário.

Nos 5 000 metros verificou-se um final também “apertado”, com os quatro primeiros a entrarem na reta final com possibilidade de triunfarem, com Samuel Barata (Benfica) a entrar na liderança, mas com Ruben Amaral (Sporting), o líder anual, a mostrar-se mais forte terminando com a marca de 13m56s68”, logo seguido de Simão Bastos (RD Águeda), com 13.57,08, e Francisco Rodrigues (SC Braga), com 13.57,37. Samuel Barata foi quarto com 13.57,42.

Nos 400 metros barreiras, Mikael Jesus (Benfica), com 52,66 s, superiorizou-se a Yuben Munary (Benfica), com 52,91 s; nos 800 metros, José Carlos Pinto (Benfica) obteve o seu quarto título com 1.51,12, com António Moura (Campismo SJ Madeira) bem perto (1.51,39); e nos 200 metros, Delvis Santos (Jardim da Serra) obteve o seu primeiro título, com 21,43 s, derrotando o benfiquista Ericsson Tavares (21,66 s).

No lançamento do disco – o equatoriano Juan Caicedo participou extra (60,83 metros) – triunfou o benfiquista Emanuel Sousa (57,10 m) relegando para a segunda posição o campeão das três últimas edições, o sportinguista Edujose Lima (56,71 m).

Ruben Antunes (Sporting) conquistou o título (o terceiro) no lançamento do martelo com 71,28 m, a melhor marca pessoal deste ano; Gerson Balde (Benfica) venceu o salto em altura ao passar a fasquia a 2,20 m; Tiago Luís Pereira (Sporting) triunfou no triplo salto (16,00 metros, v: -1,6 m/s).

Na prova que ocupou os dois dias, o Decatlo, triunfo de Manuel Dias (União de Tomar), que somou 7.193 pontos, derrotando o sub-23 João Oliveira (Núcleo do Laranjeiro) que somou 6.355 pontos, o seu melhor registo.

Nos 4×400 metros, triunfo do quarteto do Sporting de Braga (3.27,47) composto por Luís Gonçalves, João P. Ferreira, João Alves Lopes e José Tavares.

Mariana Machado, Auriol Dongmo e Vera Barbosa em destaque

Os 5.000 metros femininos concentraram várias atenções, até com a presença de uma atleta para marcação de ritmo, a marroquina Majida Maaiouf, que a jovem bracarense Mariana Machado aproveitou para um triunfo em contra-relógio em 15.36,48, o terceiro título nacional na distância. Lia Lemos (Sporting) conseguiu um recorde pessoal (16.09,35) e a sua colega de equipa Sara Catarina Ribeiro foi terceira (16.10,82). A benfiquista Dulce Félix regressou à distância sendo quarta (16.39,19).

Vera Barbosa, venceu os 400 metros barreiras em 57,63 s, alcançando o 10º título na disciplina, igualando Patrícia Lopes. A júnior Leonor Ferreira (Benfica) conquistou o primeiro título nacional nos 200 metros (24,91 s, v: -1,7 m/s), embora tenha perdido com a santomense Gorete Semedo (Benfica), que correu em 23,83 s.

Nos 100 metros barreiras luta entre a campeã de Portugal (5º título) Olímpia Barbosa (Sporting) com 13,38 s e Catarina Queirós (Jardim da Serra) com 13,44 s.

No lançamento do peso, as três melhores portuguesas obtiveram os primeiros lugares, com a campeã mundial de pista coberta, Auriol Dongmo (Sporting), a triunfar com 19,00 metros, relegando para o segundo lugar Jessica Inchude (Sporting), com 17,72 metros, e para o terceiro lugar a benfiquista Eliana Bandeira (16,97 metros).

Susana Costa (individual) obteve o quinto título nacional ao obter 13,22 m (v:-0,9 m/s) no último ensaio do triplo-salto, relegando Evelise Veiga (Sporting, com 13,16 metros) para a segunda posição; Cláudia Ferreira (Sporting) conseguiu o 5º título no lançamento do dardo com 54,68 metros; Patrícia Silva (Estreito), impôs-se nos 800 metros, com 2.05,87 (o seu segundo título); e Mariana Bento (Sporting) sagrou-se campeã de Portugal no Heptatlo (5.201 pontos).

Nos 4×400 metros, triunfo para o Sporting de Braga (3.56,41), mas com uma atleta estrangeira e, assim, as campeãs de Portugal são as atletas do Grecas (Joana Silva, Vera Lima, Luísa Pereira e Rita Santos) que terminaram em 3.58,58.

Sara Duarte (Sporting) encerrou a competição, ao triunfar no salto com vara (3,85), recorde pessoal.

© 2024 Jogada do Mes. Todos os direitos reservados. XHTML / CSS Valid.