Conquistada uma dezena de medalhas, com três a brilhar como o ouro – mais 3 de prata e 4 de bronze – sem dúvida que Portugal voltou a marcar pontos em termos internacionais a Oriente, fazendo recordar o grande marinheiro Vasco da Gama, quando foi à conquista de “temperos” para a então boa comida portuguesa.
Neste “comércio”, cada vez mais enraizado por todo o mundo, os desportistas lusos melhoram as suas performances, olham os de outras paragens sem receios e conquistam, com garbo, os títulos em disputam.
Os resultados ora obtidos são os melhores de sempre, o que diz bem de uma supremacia, ainda que a nível português, considerando que muitas das modalidades e disciplinas integrados neste evento internacional não se praticam em território nacional.
Para além das dez medalhas, que correspondem aos lugares do pódio, a formação portuguesa obteve ainda outros lugares de relevo, com sete posições até ao 6º lugar e outras 12 até ao 16º lugar, lugares serão tidos em conta para a definição da categoria de cada um em relação ao valor do apoio financeiro que o Estado proporcionará.
Portugal esteve representado por 56 atletas que competiram em 10 modalidades – Andebol de praia, Canoagem, Corfebol, Dança, Ginástica, Ju-jitsu, Kickboxing, Patinagem de velocidade, Triatlo e Wushu – num total de 30 eventos de medalha.
A bandeira portuguesa subiu por dez vezes, e em três das quais tocou o Hino Nacional com a entrega da medalha de ouro – Gabriel Albuquerque/Lucas Santos (Ginástica de trampolins, trampolim sincronizado), Diana Gago (Ginástica de trampolins, duplo mini-trampolim) e Catarina Dias (Kickboxing, K1 70 kg). Foram medalha de prata Lara Fernandes/Guilherme Henriques (Ginástica acrobática, par misto), Pedro Ramalho (Ju-Jitsu, ne-waza 85 kg) e a Seleção masculina de Andebol de praia. Com o bronze ficaram José Ramalho (Canoagem de maratona, K1 prova curta e K1 prova longa), Miguel Lopes/Gonçalo Parreira (Ginástica acrobática, par masculino) e Beatriz Carneiro/Inês Faria (Ginástica acrobática, par feminino).
Filipe Jesus, chefe da Missão de Portugal fez o balanço da prestação portuguesa, começando por afirmar que foi uma “Missão cumprida! E muito bem cumprida! Tudo o que foi solicitado na apresentação desta missão foi cumprido na íntegra. Tivemos os melhores resultados de sempre, no que diz respeito a medalhas, mas tão ou mais importante do que o número de medalhas conquistadas foram os valores que orientaram todos os nossos atletas e oficiais. Procuraram e alcançaram a excelência em tudo o que fizeram. Nos resultados, na atitude e na forma como honraram a nossa Bandeira. Competiram ao mais alto nível, representaram Portugal com responsabilidade, com ética e com coragem, ficam na história do desporto português. Uma palavra especial para os porta-estandartes na Cerimónia de Abertura; foram escolhidos porque de entre os atletas apurados para estes Jogos eram os únicos já medalhados em Jogos Mundiais e agora, nestes Jogos, voltaram a conquistar medalhas, foi perfeito!”
Quando ainda faltam completar cerca de 20 eventos de medalha (neste domingo), Portugal ocupa o 23º lugar do medalheiro, entre 81 países que foram medalhados de um total de 112 nações participantes e 3897 atletas.
No medalheiro, a República Popular da China atingiu a meia centena de medalhas (29 de ouro, 12 de prata e 9 de bronze), seguindo-se a Alemanha (45/17-14-14), Ucrânia (35/15-9-11), Itália (55/13-24-18) e França (36/11-11-14), sendo de realçar a seleção ucraniana que, apesar da guerra imposta pela Rússia, demonstra que não é fácil de “abater”.
Filipe Jesus acrescentou ainda que “estar agora Portugal no top 25 na tabela de medalhas num evento desta grandeza, os “Jogos Olímpicos” das modalidades não Olímpicas, é sinal do bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por todos. Federações, associações, clubes, treinadores, equipas de apoio e claro dos nossos atletas, não esquecendo os pais e encarregados de educação que durante muito tempo e em condições de grande sacrifício, no início destas carreiras, são os grandes responsáveis por agora podermos estar a festejar estas conquistas. Agradecer naturalmente também ao Governo português, pelo apoio contínuo e estruturado que permite a Portugal participar com dignidade e ambição nestes grandes eventos internacionais”.
A palavra final do Chefe de Missão “foi com sentido de missão e responsabilidade que assumi a liderança da delegação portuguesa aos Jogos Mundiais de Chengdu 2025 e termino esta missão com o sentimento de dever cumprido e de que isso só foi possível porque tinha uma grande equipa a acompanhar-me na China. Obrigado, Ana, André, Catarina, David, Daniel, Filipe, Francisco e Rosa”.
Com o final da 12ª edição dos Jogos Mundiais, Portugal aumentou o número de medalhas nesta competição para 38: 9 de ouro, 12 de prata e 17 de bronze. De entre as 10 novas medalhas, destaque para o Kickboxing e para o Andebol de praia, modalidades que sobem ao pódio pela primeira vez nesta competição, e ainda para José Ramalho e Beatriz Carneiro que se tornam os primeiros atletas a conquistar medalhas em mais do que uma edição dos Jogos Mundiais – no caso do canoísta é mesmo o primeiro português a somar três medalhas. Também a Ginástica obteve os primeiros ouros, quando até agora contribuía com 13 medalhas entre prata e bronze. Para além de nunca ter conquistado tantas medalhas na mesma edição – foram 10 em 2025, quando o anterior máximo tinham sido cinco tanto em 2022 como em 2013 – nunca Portugal tinha subido ao lugar mais alto do pódio tantas vezes numa só edição.