Terça-feira 02 de Setembro de 2025

Museu da Patinagem inaugurado em Paredes

HoqueiPatins-Museu---01-09-2025

FederaçãoPatinagemPortugal

No Pavilhão Multiusos de Paredes, foi inaugurado, esta segunda-feira, dia primeiro do Campeonato da Europa de Hóquei em Patins, o Museu da Patinagem.

Momento institucional que assinalou a concretização física de um projeto desenvolvido no âmbito das comemorações do centenário da Patinagem em Portugal e representa um espaço que celebra os 100 anos de história da Patinagem e das várias disciplinas que a integram: Hóquei em Patins, Patinagem Artística, Patinagem de Velocidade, Skateboarding, Inline Freestyle, Hóquei em Linha e Roller Freestyle.

A partir deste mesmo dia, o Museu está aberto ao público nos dias úteis, entre as 9h e as 12h30 e das 14h às 17h30.

A cerimónia de abertura da instalação do Museu da Patinagem contou com a presença de Francisca Neiva (Unveil, responsável pela conceção museológica), Luís Gouveia (professor e autor do Livro “100 Anos da Patinagem em Portugal”), Luís Sénica (Presidente da Federação), Alexandre Almeida (presidente da Câmara Municipal de Paredes) e Pedro Dias (Secretário de Estado do Desporto).

Francisca Neiva explicou que o objetivo foi criar “uma exposição itinerante, que pudesse deslocar-se e adaptar-se em diversos espaços. Para isso, desenvolvemos um projeto em sistemas modulares, que permitisse não só a montagem em diversos locais, mas também a reconfiguração e reajustes, optando, em termos de design por uma linha não convencional, mais alternativa, que remetesse ao movimento e ao desporto”, sublinhando a ligação ao hóquei em patins através do uso de redes como elemento cénico.

Luís Gouveia recordou que “em que algumas peças do espólio e objetos de todas as disciplinas que fazem parte da nossa atividade, desde fotos a taças e outros tipos de recordações, identificadas por textos alusivos, foram exibidos pela primeira vez, estando dado o segundo grande passo, aqui em Paredes, escolha acertada para a montra possível de um pedaço da nossa história”.

Avisando que iria falar “com o coração e de improviso”, o presidente da Federação, Luís Sénica, começou por agradecer ao presidente da Câmara de Paredes “pela abertura, visão, amabilidade e facilidade com que as nossas conversas são feitas e pela perceção deste pedaço de história, que está num sítio digno: um pavilhão municipal, desportivo e eclético, onde se vive a atividade desportiva”.

Destacou também a relevância da inauguração, classificando o Museu como “um espaço humilde, mas de grande dignidade, que tem como missão respeitar a história e o passado. A história respeita-se desta forma, com humildade. Este é um espaço humilde, mas de grande dignidade que representa aquilo que, durante 100 anos, esta casa fez”.

Sénica sublinhou ainda que “era a altura de termos algo digno, algo que nos pudesse orgulhar e respeitar a história e o passado, tendo sido isso que tentámos fazer e é isso que está aqui representado. Esta é uma das disciplinas com mais títulos em Portugal”.

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Marcado pela emoção, Luís Sénica frisou a importância de perpetuar a identidade da modalidade “e fazê-lo com humildade, para sermos mais capazes de continuar a fazer história e em reconhecer que esta é uma das disciplinas de maior dinâmica e com mais títulos em Portugal. Que não é uma disciplina, hoje, só do Hóquei em Patins. Que é uma disciplina da Patinagem Artística, da Patinagem de Velocidade, do Skateboarding olímpico – e por isso somos olímpicos também com muita honra – do Inline Freestyle e do Roller Freestyle”.

Recordando ainda a visão de Rogério Futsher, o presidente da Federação frisou que “viemos para ficar. Não viemos para ser qualquer coisa de espontânea e qualquer coisa que vai, como as modas, desaparecer. A nossa modalidade não é uma disciplina de moda, é uma disciplina de carácter, é uma disciplina cultural, é uma disciplina dos portugueses e que nos honra em toda a linha”.

O edil Alexandre Almeida manifestou grande satisfação em acolher a iniciativa, sublinhando a ligação do concelho à modalidade, tendo referido que “tivemos sempre muita prática de hóquei em patins em Paredes, com várias equipas nos campeonatos nacionais, e temos apostado muito também na Patinagem Artística”.

Acrescentou dizendo “que desde o primeiro momento em que o Sr. Presidente da FPP falou desta ideia, aquele espaço que vimos que poderíamos ceder, fizemo-lo. É um espaço humilde, mas é um espaço que está num edifício que nos diz muito num pavilhão que foi inaugurado com o campeonato europeu de hóquei em patins na altura da pandemia”.

Considerou ainda que o espaço “vai ter vida, dado o movimento diário do Multiusos e a proximidade às escolas, garantindo que o município tudo fará para cuidar e tratar este património com a maior dignidade possível”.

O Secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, começou por recordar a sua primeira experiência com a exposição, afirmando que “dois dias depois da minha tomada de posse, estive presente no Centenário da Federação de Patinagem de Portugal. Esse foi o primeiro evento em que estive oficialmente e tive contacto com esta exposição”.

Pedro Dias destacou a importância da memória para qualquer organização, tendo acrescentado “dar-vos nota de que uma organização sem memória é uma organização sem história. Sem dúvida alguma que esta é a primeira nota. Todos nós, dos mais velhos aos mais novos, temos no nosso imaginário, a Patinagem que tem, no nosso país uma penetração muito forte a todos os níveis”.

“E é, sem dúvida alguma, essa penetração que tem na nossa sociedade, que faz dela e que tem ajudado a Patinagem — independentemente das dificuldades que em vários momentos todas as modalidades têm —, a conseguir transformar-se e crescer imenso”.

O secretário de estado recordou ainda momentos pessoais ligados à modalidade e referiu que este Museu “é um tributo muito sério que é prestado a todos aqueles que contribuíram em mais de 100 anos de história desta Federação”.

Passando da memória para o orgulho, Pedro Dias realçou ainda o crescimento da Patinagem: “É um orgulho para Portugal ter naturalmente modalidades desportivas que tenham tido, ao longo do seu trajeto, este desempenho, este compromisso”.

Relembrou ainda que, numa visita oficial à FPP, comentou com o presidente Luís Sénica “que tinha tido uma experiência quando era muito jovem no hóquei em patins. Passados uns dois minutos, entregaram-me a minha ficha de atleta federado na FPP. E é esta memória, é este respeito que faz crescer as organizações e é um orgulho muito grande, naturalmente, termos federações com este passado, com o presente que têm e com o futuro que vão ter seguramente”.

 

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