Como se tinha aflorado na edição de ontem, a perspetiva de nova paragem nesta última etapa estava mais do que clara e só não aconteceu nada porque a organização decidir terminar a corrida antes da entrada em Madrid, face à “manif” que se estava a montar.
Mal por mal, entendeu a organização que foi melhor fazer parar o “comboio” do que arcar com as consequências esperadas, face aos exemplos existentes em anteriores etapas, mas a essência do evento não foi cumprido: se é verdade que difícil seria João Almeida chegar ao triunfo, não o é menos que, do ponto de vista desportivo, prova que não termina de acordo com o regulamento não tem validade, ainda que, reforça-se, a decisão de a “fechar” antes do tempo foi bem tomada, porque era a única que evitaria não se sabe muito bem o que podia ser.
O mundo está cada vez mais perigoso, esta situação não foi a primeira (então no futebol é quase todos os dias) e pode começar a “fazer escola” que pode levar a não se sabe onde!
Mas passando a esta última “etapa”, foi encurtada devido a protestos em Madrid. Após três semanas de corridas por estradas italianas, francesas, andorrenhas e espanholas, o pelotão iniciou a etapa final em Alalpardo, mas foi interrompido ao chegar à capital espanhola, onde a etapa terminou mais cedo para garantir a segurança dos ciclistas, e não houve cerimónia de pódio.
O bicampeão do Tour de France, Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), conquistou a vitória na 80ª edição da La Vuelta, tornando a Dinamarca o 15º país a vencer o Grand Tour da Espanha. Foi acompanhado no pódio geral pelo português João Almeida (UAE Team Emirates-XRG) e pelo britânico Tom Pidcock (Q36.5), o primeiro campeão olímpico de MTB a terminar entre os 3 primeiros do Grand Tour.
Mads Pedersen (Lidl-Trek) ganhou a camisa verde pela segunda vez, tornando-se o segundo ciclista na história a vencer a classificação por pontos do Giro e da La Vuelta no mesmo ano, depois de Eddy Merckx em 1973. Jay Vine (UAE Team Emirates-XRG), vencedor da classificação KOM pelo segundo ano consecutivo, tornou-se o primeiro ciclista a defender com sucesso a camisa de bolinhas da La Vuelta desde Omar Fraile em 2015 e 2016.
Madrid finalmente estava à vista para os 153 ciclistas que ainda estavam no pelotão, após três semanas de batalha desde a largada oficial no Piemonte, iluminaram estradas por Itália, França, Andorra e Espanha e agora se preparam para comemorar suas conquistas ao chegarem ao destino final.
O pelotão partiu de Alalpardo à tarde, observando as saudações tradicionais. Vestido com a camisa La Roja, Jonas Vingegaard participou na primeira sessão de fotos com seus compatriotas dinamarqueses Mads Pedersen (vencedor da camisa verde), Mikkel Bjerg, Chris Juul-Jensen, Anders Foldager e Jonas Gregaard.
Vingegaard juntou-se aos seus companheiros de equipe da Visma-Lease a Bike, notavelmente Sepp Kuss, que participou de cinco das sete vitórias da equipe na La Vuelta nas últimas sete edições. Copos plásticos e sorrisos estão por toda a parte enquanto os ciclistas e a caravana da La Vuelta 25 brindam ao último dia de corrida.
O pelotão avançou lentamente para Madrid, enquanto manifestantes invadiam a rua. A etapa 21 termina mais cedo para garantir a segurança dos ciclistas, e não houve cerimónia de pódio.
Vingegaard conquistou a primeira La Vuelta 25, após duas vitórias no Tour de France (2022 e 2023). João Almeida (UAE Team Emirates-XRG) teve um excelente comportamento – bem se pode dizer que teve oportunidade de “virar” o resultado – enquanto Tom Pidcock (Q36.5) garantiu o 10º pódio da Grã-Bretanha na classificação geral em La Vuelta, 40 anos depois de Robert Millar (agora Philippa York) abrir essa lista.
Pedersen conquistou a segunda vitória na classificação por pontos na La Vuelta, após o sucesso anterior em 2022. Jay Vine (UAE Team Emirates-XRG) dobrou a classificação do KOM, mantendo a camisa de bolinhas pelo segundo ano consecutivo. Outros prémios vão para Matthew Riccitello (melhor ciclista jovem), UAE Team Emirates-XRG (vencedora por equipes) e Joel Nicolau (ciclista mais forte da La Vuelta 25).