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O segundo dia dos Campeonatos Mundiais de Corrida em Montanha e Trail, em Canfranc-Pirinéus, Espanha, ficou marcado pelas provas de trail curto (44,5 km com aproximadamente 3.657 m de desnível positivo), onde Portugal voltou a marcar presença entre a elite mundial.
Em masculinos, o melhor classificado foi Rui Teixeira, no 47º lugar (5h33m53s), seguido de Bruno Silva (50º, 5h34m44s). João Ferreira e Nuno Campos terminaram juntos em 86º (5h55m18s) e 87º (5h55m21s), respetivamente, e Tiago Vieira fechou em 106º (6:10:07). A equipa portuguesa terminou na 14.ª posição entre 35 seleções.
“Estou super feliz com a minha prestação. Ter o privilégio de representar Portugal depois de tudo o que eu já vivi no atletismo, num desafio que é talvez o maior da minha carreira, no maior palco do mundo do trail, e acabar aqui com a bandeira de Portugal é tudo. Sei que dei o meu máximo, lutei contra os melhores atletas do mundo, eram cerca de duas centenas. Acabo com sentimento de missão cumprida, o percurso e o desnível e a altitude, nunca estive tanto tempo aos 2500 metros de altitude, estava bastante receoso sobre esse facto, mas quando deu o tiro de partida, dei o meu máximo até chegar à meta”, referiu Rui Teixeira no final da prova.
A vitória na competição masculina sorriu ao francês Frédéric Tranchand, que completou o duro percurso nos Pirenéus em 4h42, impondo-se diante dos espanhóis Manuel Merillas e Andreu Blanes, que fecharam o pódio. Em termos coletivos, a vitória sorriu à Espanha, seguida da França, ficando a Itália em terceiro.
No setor feminino, Portugal concluiu no 16º lugar coletivo entre 21 seleções, com Ana Paula Rodrigues a ser a melhor representante nacional, em 56º (6h49m13s), seguindo-se Ana Carolina Oliveira (61º, 6:58:09), enquanto Patrícia Serafim e Paula Soares concluíram em 80º (7:25:06) e 96º (7:35:46). Inês Gomes não terminou a prova.
“Gostei muito da prova. Linda, muito dura, cheguei a pensar como é que eu vou fazer isto, mas depois passou, claro que eu vou fazer isto. Foi gerir, deixa passar a pior parte que era o início, depois na segunda parte, mais confiante, já tinha passado o pior, o corpo começou a ajudar a responder, depois foi a desfrutar, no final já vinha assim muito está feito. Mas foi lindíssimo, permitiu olhar, absorver, falar com as pessoas, adorei. Mas confesso, que foi uma coisa única, nunca tinha feito nada assim, e dou os parabéns a toda a gente que chegou à meta”.
O destaque foi para a sueca Tove Alexandersson, grande favorita, que confirmou o estatuto ao conquistar o ouro com 5h04, seguida da espanhola Sara Alonso e da britânica Naomi Lang. Por equipas, a Suécia foi a mais forte, seguindo-se a Espanha e a França.
Apesar de não terem conseguido intrometer-se nos lugares cimeiros, os atletas portugueses mostraram resiliência numa das provas mais exigentes do programa, deixando sinais positivos para o futuro.
Os Mundiais prosseguem este sábado com o trail longo (82 km), nova oportunidade para Portugal voltar a entrar em ação e tentar melhorar posições no quadro coletivo. A dureza da serra pirenaica e a elevada competitividade prometem mais uma jornada intensa e emocionante em Canfranc. Em ação estarão Bruno Gonçalves, Hugo Gonçalves, Mário Fonseca, Miguel Arsénio e Nélson Santos; e em femininos Carla Pereira, Cristina Arreial, Marisa Vieira, Susana Echevarría e Vera Bernardo.
Seleção portuguesa no Mundial de WPA na Índia
Nesta sexta-feira, o Embaixador de Portugal na Índia, João Ribeiro de Almeida, juntamente com o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, visitaram a comitiva portuguesa liderada por Domingos Castro, Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, composta por atletas e elementos do staff que participam nos Campeonatos Mundiais de WPA, evento que decorre entre os dias 27 de setembro e 5 de outubro.
Esta ação institucional reflete o reconhecimento do empenho, dedicação e mérito dos representantes nacionais, elevando o prestígio do atletismo adaptado português no contexto internacional.
Na ocasião, Domingos Castro, Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), dirigiu algumas palavras:
“Esta é uma das delegações mais numerosas de sempre; contamos aqui com atletas campeões paralímpicos, recordistas mundiais e medalhados. Temos o melhor do mundo. É a primeira vez que participo numa comitiva paralímpica e sinto-me um fervoroso adepto do atletismo adaptado. Foi um privilégio poder estar com a nossa seleção nacional. Deixo uma palavra de apreço pela dedicação destes atletas, pelos seus treinadores, pois sem eles nada disto seria possível. A FPA continuará a disponibilizar todo o seu apoio, desejando a todos os melhores resultados, tanto desportivos como ao nível de apoios institucionais”.
O Embaixador João Almeida, manifestou igualmente o seu reconhecimento e orgulho, afirmando “em nome da Embaixada de Portugal, é com enorme satisfação que desejamos as maiores felicidades a todos. Cada um de vós é um verdadeiro embaixador da nossa bandeira e do nosso país, mostrando vontade de vencer e superar desafios.”
O Secretário de Estado da Agricultura, João Manuel Moura Rodrigues, aproveitou a estadia em Nova Deli para se juntar à equipa e transmitir uma mensagem de incentivo:
“Cumprimento o Presidente Domingos Castro e agradeço o privilégio de estar convosco. Os portugueses, quando estão fora do seu país, exaltam valores de patriotismo e de superação que se revelam ainda mais fortes. Sintam o orgulho de representar Portugal. Em nome do Governo, quero garantir que o apoio ao desporto será uma prioridade como nunca. Os centros de alto rendimento, os atletas e treinadores terão sempre a nossa atenção. Todos vós são embaixadores de Portugal e terão sempre o apoio dos portugueses. Desejo-vos a maior sorte!”
