Terça-feira 13 de Maio de 6988

Dia Paralímpico no Terreiro do Paço – Lesão impede-me de ver mas não de sonhar!

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A Frase da autoria de Miguel Vieira, um atleta individual, apurado para os Jogos do Riuo’2016, que se pode considerar de uma “visão” fantástica, sob todos os pontos de vista, pela forma como “vê” a forma de estar no desporto, na sua maneira mais nobre, e que tempos de afirmar, bem alto, que é um exemplo a ter em conta para quem tem – ou deve ter – uma cidadania impregnada de ética e comportamentos dos mais ouros que existem.

Terá sido este o ponto mais alto do colóquio que o Comité Paralímpico de Portugal promoveu esta quarta-feira no auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona (Lisboa), onde foi apresentado o Dia Paralímpico Lisboa’2016 que vai ter lugar neste sábado (dia 14), entre as 10 e as 18 horas, onde toda a gente poderá ver em acção (demonstrativa) de alguns dos atletas paralímpicos para os Jogos do Rio’2016.

O exemplo de Miguel Vieira é um entre outros dos cidadãos portadores de deficiência que se dedicam ao desporto de alto rendimento mas que sobressai pela forma de estar na vida, em especial no pensamento que tem sobre o que é ser atleta (judo), agora com responsabilidades acrescidas pelo facto de ir representar Portugal ao Rio de Janeiro, no que é a estreia desta modalidade em relação a Portugal.

Miguel começou a praticar judo por iniciativa própria com 14 anos e antes de cegar, pelo que ficou com o gosto da modalidade e prosseguiu após deixar de ver devido a doença, tendo encarado a situação como um desafio ganho. Daí a frase “Lesão impede-me de ver mas não de sonhar!”

Salientou ainda que treina duas vezes por dia, especialmente porque se encontra desempregado, sempre com a maior das vontades para preparar todas as competições onde participa.

Outras experiências foram descritas também por Ana Mota Veiga (equitação), que também referiu as dificuldades que é ir treinar depois de um dia de trabalho, enquanto Ricardo Abreu, guia do atleta Nuno Alves, se debruçou sobre a forma de trabalhar em equipa com o verdadeiro atleta.

Domingos Rodrigues, técnico no tiro, referiu-se ao atleta que treina, Adelino Rocha – ele em Lisboa e o atleta em Barcelos – salientando que o esforço feito tem sido compensado, com o chefe de missão portuguesa aos Jogos Paralímpicos a salientar que se está no bom caminho, depois de uma “crise” que se verificou algum tempo atrás, onde os atletas começaram a escassear.

“As expectativas que temos para o Rio foram balizadas por três áreas: mais modalidades, mais atletas e, depois, se possível, a conquista de medalhas”, tendo acrescentado que há quatro anos tivemos cinco modalidades e agora já temos sete, com possibilidades de ter uma oitava, e o úmero de atletas poderá também aumentar, pelo que já cumprimos dois dos objectivos do projecto”.

Quanto a medalhas, Rui Oliveira revelou que “surgem do esforço que os atletas fazem para chegar aos mais altos patamares do pódio, podendo acontecer ou não. Para o Rio a situação é a mesma. Esperar para ver, com a certeza de que os atletas vão dar o máximo para fazerem o melhor, até porque eles é que são as grandes figuras.”

Na primeira parte do colóquio, Francisco Ramos Leitão (Universidade Lusófona) e Leonor Moniz Pereira (Faculdade Motricidade Humana da Universidade de Lisboa), professores universitários com larga experiência na matéria em análise, abordaram “As atitudes dos alunos face à inclusão dos seus pares com necessidades educativas especiais nas aulas de educação física” e “Incluir e participar na Educação Física e Desporto”, respectivamente, temas absorvidos também pelos muitos alunos da Lusófona que assistiram ao colóquio, o que é bom em termos de vivenciar o dia de amanha para cada um, em especial se escolherem a área correspondente.

Na apresentação, Jorge Proença, director da Faculdade de Desporto e Educação Física da Lusófona; Sérgio Cintra, vogal da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Jorge Máximo, vereador com o pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, mostraram-se agradados pela realização do colóquio – e lançamento do Dia Paralímpico em Lisboa – tendo salientado vários aspectos das parcerias operacionalizadas com o Comité Paralímpico de Portugal (CPP), tendo Humberto Santos, presidente do CPP, agradecido os apoios concedidos para a realização destes dois eventos, ciente de que são importantes no contexto da promoção e divulgação das acções desenvolvidas pelo Comité ao longo dos anos, pelo que espera que o dia de sábado seja mais um marco antes dos Jogos Paralímpicos.

Dia Olímpico que vai ter a presença do Presidente da República, do Ministro da Educação e dos Secretários de Estado da Juventude e Desporto e da Inclusão das Pessoas com Deficiência.

Uma jornada que contará ainda com representações de várias escolas do país.

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