Mais uma boa prestação do recordista nacional, Isaac Nader, apurando-se para a final dos 1500 metros dos Mundiais de Atletismo Tóquio 2025, enquanto outro português, José Carlos Pinto, não seguiu em frente. Mas a barreirista Fatoumata Diallo também avançou, mas para as meias-finais dos 400 metros barreiras.
As duas meias-finais dos 1500 metros foram equilibradas e tudo poderia acontecer. Na segunda das meias-finais, a corrida foi mais lenta e Nader teve de usar todas as suas ferramentas e, segundo ele, mesmo tendo “cometido um erro tático, aos 250 metros”, conseguiu responder na reta da meta, “sem abrandar, porque eles vinham atrás de mim, nem a um metro, e eu queria o apuramento”, terminando em quarto lugar, com a 3.36,86.
Comentando a corrida, Nader referiu que “não estava à espera de que a corrida fosse rápida. Faltaram aqui atletas que poderiam lançar as meias-finais para bases mais rápidas. O campeão olímpico meteu o ritmo um pouco mais rápido, mas não foi tão rápido como eles poderiam colocar. O importante é que o objetivo foi cumprido, que era estar na final. Cometi um erro aos 250 metros, mas quando estamos num bom estado de forma podemos responder de todas as formas. Eu fui quarto, não valia a pena forçar, mas não desfiz a corrida, pois se desfaço ficava de fora”.
Quanto à final, Nader adiantou que “digo muitas vezes ao meu treinador que me serve de pouco ser forte em corridas menos rápidas se não for também forte em corridas rápidas”, acrescentando que “dar o melhor numa final em que todos podemos ser últimos ou primeiros. Só tenho de acreditar no trabalho que fazemos e eu acredito que não é um trabalho de um ano, demora um pouco mais para estarmos bem”, A final, disputa-se nesta quarta-feira (dia 17), às 14h20, hora portuguesa.
José Carlos Pinto, na primeira das meias-finais, tentou seguir no grupo da frente, mas nos últimos cem metros não conseguiu garantir a qualificação para a final. Terminou em nono com 3.36,23.
Referiu que “esperava uma corrida um pouco mais rápida, mas não foi assim. Taticamente não fiz uma corrida boa, muito na pista dois, muita porrada. Ainda assim tenho de estar grato pela minha época. Passei de um atleta nacional para um atleta que está no principal palco do atletismo, os mundiais. Chego aqui, não sei qual o resultado, mas saio daqui com uma boa aprendizagem”.
No feminino, Fatoumata Diallo correu a segunda eliminatória dos 400 metros barreiras. Confiante, a portuguesa fez uma prova segura e, controlando o esforço foi terceira, com 54,54 segundos, a dois centésimos do recorde pessoal.
Salientou que “não foi uma corrida confortável, senti muito este calor e a humidade está muito forte. Sabia que tinha de dar tudo. O importante era conseguir ficar entre as quatro primeiras. Não pensei no recorde de Portugal. Se o alcançar é um prazer, mas hoje a ideia era ser apurada para a ronda seguinte”, e adiantou que “o recorde pode cair nas rondas seguintes. Não fico sem dormir a pensar no recorde. O importante é passar para as fases seguintes. Até pode acontecer na final”.
A barreirista voltou à ação na quarta-feira (dia 17), na terceira meia-final (13h19 em Portugal). As duas primeiras de cada uma das três meias-finais apuram-se para a final mais as duas atletas mais rápidas seguintes.
Na jornada da tarde, na qualificação do salto em comprimento, Gerson Baldé foi oitavo no seu grupo, com um salto a 7,93 metros (fez outro a 7,91 m) e ficou a cinco centímetros da qualificação para a final. No conjunto dos dois grupos ficou em 15º lugar.
«Foi uma luta difícil, já sabia que ia ser assim, acho que também tive um pouco de falta de sorte. No último salto desequilibrei-me um pouco, não consegui terminar o salto. Mas é isto que acontece nas qualificações. Não saio desiludido, sabia que podia saltar mais, mas não deu. Saio daqui com a certeza de que tenho coisas a melhorar, quer na corrida quer na fase de voo», disse no final.
O primeiro dos portugueses no terceiro dia de competição foi Rui Pinto, na maratona. Numa prova sui generis, com uma falsa partida, que não foi percebida pelos atletas, que correram quase 100 metros e que foi decidida no sprint final (quase a necessitar de Photo Finish), com o tanzaniano Alphonce Simbu a ultrapassar o alemão Amanal Petros no último metro, sendo ambos creditados com 2h09m48s, o português terminou os 42,195 km em 42º lugar, com a marca de 2h19m50s.
Agradecendo “a todos os que me ajudaram neste processo, confesso que tinha expetativas de fazer um bocadinho melhor, mas nestas condições muito difíceis tinha de fazer uma boa gestão para conseguir fazer um resultado aceitável, e foi isso que fui fazendo, tentando lutar contra as adversidades e quando a prova começou a ficar difícil tive de ser forte mentalmente para conseguir chegar ao fim e fazer o melhor possível”.
Salomé Afonso a única portuguesa a competir esta terça-feira
Ainda do dia de ontem, depois de longas horas sem saber o seu futuro, face a decisão final, que motivou a sua repescagem para a final, Salomé Afonso deixa uma mensagem sentindo que se fez justiça. “É verdade, estou sem palavras. Ontem foi um dia desgastante, mas que, graças a toda a gente, que foi incansável nesta tentativa de me repescar para a final, fez-se justiça, estou muito feliz, muito agradecida, e espero estar ao nível de toda a ajuda que recebi no dia de ontem”.
Sobre a final, salientou que “darei o meu melhor na final e espero deixar-vos orgulhosos, que tanto me apoiaram nestes momentos difíceis. Muito obrigado”, concluiu a atleta que correrá a tão desejada final às 14h05, hora portuguesa.
Como dissemos ontem, os portugueses podem acompanhar estes campeonatos através da RTP 2 e RTP Play, com a transmissão em direto, com os resultados a serem publicados na página da World Athletics.



